SERGIO DE MATOS

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Vila velha, Espírito Santo, Brazil

PRAIA DE ITAPARICA,VILA VELHA ,ES,BR

PRAIA DE ITAPARICA,VILA VELHA ,ES,BR
ENTARDECER NA PRAIA DE ITAPARICA,VILA VELHA,ES,BR

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

..A VOLTA DE ODETE REUTMAN...CHEGA HOJE...

MENSAGEM DE ODETHE REUTMAM,
,LEIAM A MENSAGEM ABAIXO
E COMPARTILHEM NO UNIVERSO
NOSSA RAINHA DOS COXINHAS
ESTA CHEGANDO A VENERADA
ODETHE REUTMAM
VIVA A RAINHA ESTA CHEGANDO


MENSAGEM 
DE ODETH REUTMAN PARA MIM
 "DESEMBARCO HOJE A NOITE
 NO PAIS TUPINIKIM SUDACA DE MERDA
,ESTE MULHER HOMEM SEI LÁ O QUE...
 QUE VOCÊS RELEGERAM 
NÃO SABE FAZER
 NADA,
SÓ UM POVINHO TUPINIKIM
 É ASSIM,
REELEGE UMA TERRORISTA
 MULHER MACHO SAPATONA ,
E AINDA PAU MANDADO 
DE UM CACHACEIRO LADRÃO
E SEGUIDA POR
 UM BANDO DE ANALFABETOS
 INCULTOS DÁ NISTO.
CREDO QUE HORROR,
 QUE GENTE FEIA MAL VESTIDA
,ESTE PAIZINHO
 NÃO MUDA NÃO É SERGIO,
NEM AEROPORTO TEM?"
"A civilização moderna tem reduzido o número dos tolos,
 mas aumentado proporcionalmente o dos velhacos."
 (Marquês de Maricá) 
"Em política os remédios brandos agravam freqüentes 
vezes os males e os tornam incuráveis". (Marquês de Maricá) 
 "A punição que os homens de bem sofrem quando se recusam
 a tomar parte é viver sob o governo dos maus" - Platão,,,
Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. 
A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo.
 Deve ser o fórum de sua e falhas. 
Impõe-se
Um povo livre sabe que é responsável pelos
 atos do seu governo. 
A vida pública de uma nação 
não é um simples espelho do povo.
 Deve ser o fórum de sua autoeducação política.
 Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer 
complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca
 autoeducação de governantes e governados. 
Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante:
 a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A HOMOFOBIA DE NEUCIMAR FRAGA...ATUALMENTE ESTE MONSTRO FUNDAMENTALISTA É PREFEITO DE VILA VELHA.ES.BRASIL


NEUCIMAR FRAGA O HOMOFÓBICO


KIKO 



Entrevista - Neucimar Fraga - Uma chance para a recuperação

BRASIL
O deputado Neucimar Fraga (PL-ES) é o autor do projeto de lei que sugere a criação de grupos de apoio aos homossexuais que querem retornar à heterossexualidade. De acordo com ele, deixar de ser gay é uma evolução, e o projeto está longe de ser discriminatório. ¿¿Seria preconceito dizer que a pessoa é gay e vai morrer gay¿¿, disse ele ao Correio.

CORREIO BRAZILIENSE ¿ Em que o senhor fundamenta esse projeto?
NEUCIMAR FRAGA ¿ Existe uma corrente, entre médicos e psicólogos, que define a homossexualidade como um distúrbio de comportamento. É isso que eu penso. Vamos dar uma chance para essas pessoas se recuperarem.

CORREIO ¿ Com dinheiro público?
FRAGA ¿ Claro. O governo tem vários programas de incentivo à homossexualidade, como a distribuição de preservativos e até trabalhos na Parada Gay. Por que não fazer outro no sentido contrário?
CORREIO ¿ Como funcionaria o programa?
FRAGA ¿ Só existe recuperação de um dependente químico quando ele deseja. Se o desejo de abandonar a homossexualidade vem do coração, o gay merece ajuda para se auto-afirmar e romper o preconceito de que não existe ex-gay.

CORREIO ¿ E existe?
FRAGA ¿ Conheço vários ex-gays que voltaram a viver como heterossexuais e hoje são normais.

CORREIO ¿ Quem tem dificuldade de se assumir gay poderia recorrer a esse grupo?
FRAGA ¿ Não é essa minha idéia. Como já disse, existem incentivos demais para se tornar homossexual. Mas, se quiserem mexer no meu projeto e colocar uma emenda, tudo bem.

CORREIO ¿ O senhor acha esse projeto preconceituoso?
FRAGA ¿ Não. Seria preconceito dizer que a pessoa que é gay e vai morrer gay. Eu acredito na evolução.
DILMA ABRAÇANDO A PSICÓLOGA CRISTÂ MARISA LOBO; A QUE QUER “CURAR” GAYS….

 ver essa foto foi para mim algo extremamente dolorido e revela o real caráter da nossa presidenta…revela ainda que estamos mesmo a pouquíssimos passos de uma ditadura evangélica fundamentalista. Que nojo, Dilma! Que nojo…

                                                                 A GANG
                                                                            
                                                                 O ESTADO DE JESUS...
                                                                       A NAJA
                                  
                                                                              THE END

Sponholz: Tio Sam injetando o câncer na bunda de Hugo Chávez! Qual será o próximo tiranete?









Miss Brasil 2010 passa por cirurgia na coluna após acidente - Brasil - Notícia - VEJA.com

Miss Brasil 2010 passa por cirurgia na coluna após acidente - Brasil - Notícia - VEJA.com

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Depoimento da professora Amanda Gurgel

Camuflados: O "SUMIÇO?" DO GAS : INDISPONIBILIDADE REPENTINA ...

Camuflados: O "SUMIÇO?" DO GAS : INDISPONIBILIDADE REPENTINA ...: O último leilão de energia elétrica de 2011, realizado em 20 de dezembro, foi marcado pela ausência de termelétricas a gás natural, opções i...

BUDISMO Nitiren, a religião do Futuro !

Suécia - Vídeo censurado no Brasil

Buda na Web: Tina

Buda na Web: Tina: Depois de muito procurar consegui achar o maravilhoso filme "What love go to to do with it", que é a biografia da Tina Turner. Legendei em ...

Homorrealidade: Jean Wyllys - Mensagem de final de ano (2011-2012)...

DILMA ABRAÇANDO A PSICÓLOGA CRISTÂ MARISA LOBO; A QUE QUER "CURAR" GAYS.... ver essa foto foi para mim algo extremamente dolorido e revela o real caráter da nossa presidenta...revela ainda que estamos mesmo a pouquíssimos passos de uma ditadura evangélica fundamentalista. Que nojo, Dilma! Que nojo...


Homorrealidade: Jean Wyllys - Mensagem de final de ano (2011-2012)...: Jean Wyllys faz breve balanço do primeiro ano de mandato e envia agradecimentos e bons votos para todos. Nota do Homorrealidade: Obriga...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Blog do Oda: Moda Para Todas as Horas 2

Blog do Oda: Moda Para Todas as Horas 2: Continuando o POST da semana passada, hoje vou dar dicas de peças coringas para os meninos terem no guarda roupa. 1ª Camisa Branca A ...

Blog do Dr. Marco Sobreira: CRACK: UMA PEDRA NA SAÚDE PÚBLICA

Blog do Dr. Marco Sobreira: CRACK: UMA PEDRA NA SAÚDE PÚBLICA: A distância do vício do crack ela mantém há mais de um ano e oito meses. Mas o contato com a pedra e com alguns usuários ainda é diário. Ros...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O LADO POSITIVO DO FABRÍCIO

O LADO POSITIVO DO FABRÍCIO

Camuflados: A "PRESIDENTA" ESTÁ MAIS PERDIDA QUE CEGO NO ESCUR...

Camuflados: A "PRESIDENTA" ESTÁ MAIS PERDIDA QUE CEGO NO ESCUR...: A meta de crescimento de 5% para a economia no ano que vem, defendida pela presidente Dilma Rousseff, pode ficar apenas no discurso. Já h...

Nossos Tons: Sobre Armários, Cômodas e Penteadeiras...

Nossos Tons: Sobre Armários, Cômodas e Penteadeiras...: Por: Ricardo Rocha Aguieiras Há os grandes enrustimentos e os pequenos, minúsculos enrustimentos. Todos nos trazem as grandes e as pe...

NÃO DEU DINHEIRO PARA CAIXINHA ,VAZOU...

ELIANE BRUM - 19/12/2011 10h10 - Atualizado em 19/12/2011 10h18
TAMANHO DO TEXTO

Presente de Dilma azeda o Natal no Semiárido

Às vésperas das festas de fim de ano, o governo federal rompe a parceria com a organização que abalou os alicerces da indústria da seca ao implantar mais de 370 mil cisternas de alvenaria no sertão nordestino. E começa a distribuir cisternas de plástico

ELIANE BRUM
Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista (Foto: ÉPOCA)ELIANE BRUMJornalista, escritora e
documentarista. Ganhou mais
de 40 prêmios nacionais e
internacionais de reportagem.
É autora de um romance -
Uma Duas (LeYa) - e de três
livros de reportagem: Coluna
Prestes – O Avesso da Lenda
(Artes e Ofícios), A Vida Que
Ninguém Vê
 (Arquipélago
Editorial, Prêmio Jabuti 2007)
e O Olho da Rua (Globo).
E codiretora de dois
documentários: Uma História
Severina e Gretchen Filme
Estrada.
elianebrum@uol.com.br
@brumelianebrum 
Parte do Brasil conhece o sertão nordestino pela literatura, com clássicos como “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, e “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto. Também conheceu o semiárido pela imprensa, nas constantes denúncias de corrupção e desvio de verbas públicas em obras que deveriam combater a seca, mas estagnavam nas mãos privadas de coronéis. Nos últimos anos, porém, a paisagem do sertão estava mudando, graças a um movimento iniciado em 2003. No primeiro ano do governo Lula, a ASA (Articulação no Semiárido Brasileiro), uma rede que reúne centenas de organizações não governamentais, procurou o presidente para propor uma parceria para a construção de cisternas de alvenaria no sertão nordestino. Seus interlocutores eram Frei Betto e Oded Grajew, então no governo. Assinalado pela sua origem de retirante, de menino pobre do semiárido que migrou com a mãe e os irmãos de Caetés, em Pernambuco, para São Paulo, Lula acolheu a ideia. Ele conhecia bem a aridez geográfica e a imutabilidade dos desmandos políticos que faziam da sua terra um lugar brutal. O resultado deste esforço entre governo federal e sociedade civil organizada foram 371 mil cisternas de cimento, envolvendo 12 mil pedreiros e pedreiras das comunidades e beneficiando mais de 2 milhões de brasileiros em 1.076 municípios. Algo grande, muito grande, para quem acompanha a história do Nordeste brasileiro. Basta andar pelo semiárido para ver que, quando há vontade política, é possível fazer milagres de gente. A presença da água, com a implantação coletiva de uma simples cisterna, tem mudado não apenas a economia, mas a autoestima do povo que vê florescer a vida e também a possibilidade de reescrever sua história – desta vez como autor, e não mais como personagem.
Tudo ia muito bem até este mês de dezembro, quando a coordenação da ASA foi informada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) que suspenderia o pagamento dos recursos para o “Programa Um Milhão de Cisternas”. O governo anunciou que pretendia mudar os arranjos para o Plano Brasil Sem Miséria e ampliaria os convênios com os estados – sinalizando o afastamento das organizações não governamentais do processo. A ASA foi aconselhada a negociar com os estados e municípios.
O que isso significa? Muito.
A ASA fará uma manifestação em Petrolina (PE) na manhã desta terça-feira, 20/12, para protestar contra a ameaça ao Programa Um Milhão de Cisternas e para denunciar que a sociedade civil organizada está sendo excluída do governo de Dilma Rousseff.   
Milhares de sertanejos partirão de diferentes estados nordestinos para se reunir em Petrolina e alertar o país para uma possível volta às velhas práticas do passado, quando a indústria da seca era a única coisa que vicejava no semiárido brasileiro e qualquer arremedo de solução era usado como moeda eleitoral.
O rompimento da parceria com a ASA é anunciado no momento em que a opinião pública está predisposta a considerar qualquer ONG fraudulenta. Como foram denunciados muitos “malfeitos” nos convênios entre algumas organizações não governamentais e ministros demitidos, como Orlando Silva e Carlos Lupi, não há melhor hora para romper com a sociedade civil organizada. E fazer parecer que as ações são um esforço de moralização dos recursos públicos. Esquece-se – talvez por conveniência – que o surgimento das ONGs é resultado direto da redemocratização do país. E também que uma parcela significativa delas não apenas é honesta, como tem operado uma grande transformação nas relações e nos resultados em várias áreas cruciais.
A sociedade civil organizada tem – e para parte dos políticos é aí que mora o incômodo – impedido que as verbas públicas sejam interceptadas e manipuladas por grupos instalados em setores estratégicos. E assim, impedido governos, em todos os níveis, de agradar aliados com a possibilidade de administrar uma parcela polpuda das verbas públicas. É claro que há ONGs corruptas, que se aliaram a políticos corruptos, para lucrar com o dinheiro do povo. Mas demonizar todas elas é uma esperteza de quem está doido para voltar ao modelo antigo – e é também má fé e desrespeito com o avanço conquistado pela sociedade brasileira nas últimas décadas.
Em novembro, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, afirmou que o governo separaria “o joio do trigo”. Disse mais: “As organizações sérias não têm nada a temer”. Pesquisei, então, em que lugar se situa a ASA na paisagem da sociedade civil organizada. Descobri que, na opinião do governo federal, a ASA é “trigo” da melhor qualidade.
Pela seriedade e competência da sua atuação, a rede já recebeu uma dezena de prêmios. Entre eles, o Prêmio de Direitos Humanos do governo federal, na categoria “Enfrentamento da Pobreza”, entregue pelo próprio Lula no final de 2010. E também um prêmio da ONU, que a considerou “uma referência de gestão e inclusão social no campo do acesso à água e do direito à segurança alimentar e nutricional das famílias carentes do semiárido”. Em entrevista à TV Brasil, em novembro, Luiz Navarro, secretário-executivo da Controladoria Geral da União (CGU), disse que algumas organizações não governamentais apresentavam mais condições de realizar determinadas ações do que o Estado. Entre os exemplos, afirmou que haviam acabado de avaliar o Programa Um milhão de cisternas, da ASA: “Nossa avaliação é extremamente positiva. Não sei se o Estado teria o mesmo dinamismo para fazer o que essas ONGs têm feito”.  
Sendo esta a opinião do próprio governo federal e de seus órgãos de fiscalização, por que o governo decidiu suspender a parceria com a ASA?
“O governo rompeu a parceria com a ASA. Mas os ladrões não estão no nosso meio”, afirma Naidison Baptista, coordenador da rede. “Nós não somos construtores de cisternas apenas, nós somos uma rede de organizações da sociedade civil que influencia na política para o semiárido como parte do processo democrático. Temos orgulho de ter pautado o governo federal para a construção de cisternas e de políticas de convivência. Se você voar hoje sobre o semiárido, vai ver os pontinhos brancos. São as cisternas. As pessoas não entram mais na fila da água em troca de voto. Cortamos a raiz do coronelismo do Nordeste. Então perguntamos: por quê?”.
A ASA atua usando o conhecimento da comunidade e estimulando que as pessoas se apropriem coletivamente do processo de construção de cada cisterna. É a comunidade que decide em conjunto quem vai receber a cisterna primeiro, a partir de critérios como pobreza, número de crianças e de idosos, se a mulher é a chefe de família etc. Cada família participa da construção da cisterna, que dura cerca de cinco ou seis dias, e fornece a água para a vizinha enquanto não chegar a vez dela. Para a construção é usada a mão de obra da cidade ou povoado e o material das lojas dos pequenos comerciantes, movimentando a economia local. É também a agricultura produzida em cada região que fornece a alimentação. Para a ASA, a implantação de uma cisterna é mais do que uma obra: é a construção de um espaço social de onde tem emergido novas lideranças e uma juventude ativa. Mudança socioeconômica e política importante em uma região historicamente dominada por oligarquias em que sempre coube aos sertanejos ou se submeter a algum “painho” – ainda que com pinta de moderno – ou migrar para o centro-sul. “A água estava concentrada na mão de poucos”, resume Baptista. “Com as cisternas, a água foi repartida.” 
Na tecnologia social da ASA, a implantação das cisternas não é vista como favor do governo, mas como direito. Não é assistencialismo, mas política pública. As pessoas são estimuladas a exercer a cidadania e a tomar suas próprias decisões, coletivamente – tornando o voto de cabresto cada vez mais difícil. Bem diferente, portanto, de um modelo assistencialista/populista que forma gerações de eleitores agradecidos a um pai ou mãe magnânimos. Seria isso que estaria incomodando o governo federal e seu amplo e heterogêneo espectro de aliados às vésperas das eleições municipais de 2012? Espero – sinceramente – que não. 
No mesmo período em que a ASA foi informada de que não receberia os recursos para os próximos meses, o Ministério da Integração Nacional anunciou e comemorou a instalação da primeira de 300 mil cisternas de polietileno, em meio a campanhas de protesto das comunidades do semiárido que rejeitam o equipamento de plástico. O governo alega que as cisternas de polietileno podem ser produzidas em grande escala e assim atingir um número maior de famílias com mais rapidez. Segundo o governo, não se trata de substituição de uma tecnologia por outra, mas de complementação. 
A ASA apresenta argumentos convincentes para condenar as cisternas de plástico. “Elas custam mais do que o dobro do valor das cisternas de alvenaria. Enquanto a nossa custa R$ 2.080, a de plástico custa R$ 5.000. Ou seja: se fosse só o dobro, com o mesmo valor as empresas fazem 300 de plástico – e nós construiríamos 600”, diz Baptista. Pelos cálculos da ASA, para cada 10 mil cisternas de alvenaria instaladas, há uma injeção de R$ 20 milhões na economia local. Com as de plástico, a maior parte dos recursos públicos ficará nas mãos dos empresários. Na mesma lógica, a população se tornará para sempre dependente das empresas para a manutenção e a reposição, já que não dominará a técnica. Quando existe qualquer problema com as cisternas de alvenaria, o pedreiro da comunidade resolve de forma simples.
“Em vez de construir, as pessoas vão receber as cisternas de presente. Das mãos de quem? É o que vamos ver. E a gente sabe que, como simples beneficiárias, do meio para o fim do processo as famílias não cuidam mais. Temos vários exemplos de cisternas que foram entregues prontas e que hoje não funcionam mais porque as comunidades não se envolveram em sua construção, não tem o sentido do pertencimento”, diz o coordenador da rede. “É a volta da indústria da seca, com grandes obras nas quais a população fica à margem, e o dinheiro na mão de grupos.”
É possível ter uma ideia de quem vai ganhar com a mudança. Mas, por quê?
Por que um trabalho que funcionava tão bem, a ponto de ser elogiado e premiado pelo governo federal, está sendo descartado pelo governo federal? Se funciona bem, por que mudar? Seria porque funciona bem demais? Espero, sinceramente, que não. 
A seguir, reproduzo parte da nota divulgada pela ASA:
“Após oito anos de parceria com o Governo Lula, a decisão do governo federal, expressa pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), de não mais renovar os Termos de Parceria com a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), pode levar ao fim uma das ações mais consistentes de garantia de água para as famílias do meio rural semiárido: o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Sem dúvida, o maior programa com apoio governamental de distribuição de água e de cidadania, em uma região onde antes só existia fome, miséria e a indústria da seca. (...) A argumentação é de que a partir de agora o governo federal vai priorizar a execução do Programa, que integra o Plano Brasil Sem Miséria, apenas via municípios e estados, excluindo a sociedade civil organizada. A sugestão dada pelo MDS é que a ASA negocie sua ação em cada um dos estados contemplados. Para além da parceria com estados e municípios, o governo também anuncia a compra de milhares de cisternas de plástico/PVC de empresas que começam a se instalar na região. Ou seja, o governo não apenas rompe com a ASA, mas amplia a estratégia de repasse de recursos públicos para as empresas privadas. Consideramos isso um retrocesso, o que pode gerar um retorno claro e nítido a velhas práticas da indústria da seca, onde as famílias são colocadas novamente como reféns de políticos e empresas, tirando-lhes o direito de construírem sua história”.
Reproduzo também a nota divulgada pela Assessoria de Comunicação do MDS diante das primeiras manifestações de surpresa e protesto contra a decisão governamental. O título da nota é: “O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) reafirma que não existe ruptura na parceria estabelecida com a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) para a construção de cisternas”. Mas o texto não diz isso. Reproduzo-o na íntegra para que algum leitor possa encontrar o que eu não encontrei. O texto refere-se apenas – e de forma pouco clara – à “reavaliação e ampliação do arranjo institucional” e à “importância de todos os parceiros”. Com relação à ASA, limita-se a reconhecer e elogiar o trabalho já realizado:
“Uma das prioridades do Governo Federal é garantir que os brasileiros das áreas rurais tenham acesso à água para consumo e para a produção de alimentos. No Plano Brasil Sem Miséria, o programa Água Para Todos definiu a ambiciosa meta de atender 750 mil famílias rurais com água para beber no semiárido, até 2013, e de assegurar água para a produção agrícola de outros milhares de famílias. Atingir este objetivo exige a reavaliação e a ampliação do arranjo institucional vigente até então, incluindo a formação de novas parcerias estratégicas entre diversos ministérios, órgãos públicos, estados, municípios e organizações da sociedade civil. O MDS reafirma a importância de todos os parceiros no sucesso desta agenda, visando ao atendimento integral das famílias que hoje não têm acesso à água de qualidade para manutenção de sua condição de vida. O MDS está empenhado na preparação das condições de atuação para o próximo exercício, no menor prazo possível, dentro das novas regras que orientam a atuação de todas as unidades do Governo Federal no próximo exercício. Em relação à AP1MC/ASA, o MDS reconhece e valoriza os resultados alcançados na construção de mais de 300 mil cisternas, numa parceria exitosa ao longo dos últimos nove anos”.
Para terminar, reproduzo também o texto escrito por um integrante da Comissão Pastoral da Terra sobre o presente natalino de Dilma Rousseff aos nordestinos. A ironia do texto, como se verá, não é opcional. Quem fala agora é Roberto Malvezzi, o Gogó:
“O presente da presidente Dilma ao povo do semiárido neste Natal já está decidido: uma cisterna de plástico. A presidente é uma excelente gerente, pessoa íntegra e acima de qualquer suspeita. Quando criou o ‘Água para Todos’ nos encheu de alegria. Afinal, agora iríamos acelerar a construção das cisternas para beber e produzir. Mas a presidente preferiu doar centenas de milhares de cisternas de plástico para os nordestinos. Descartou o trabalho histórico da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) e vai trabalhar exclusivamente com os estados e municípios. Claro que essa decisão está acima de qualquer interesse eleitoreiro, ou dos coronéis do sertão, ou dos 10% das empresas fabricantes do reservatório. Dilma é uma mulher honrada. Claro que os empresários enviarão junto com as cisternas pedagogos, exímios conhecedores do semiárido, que farão a educação contextualizada realizada a duras penas por milhares de educadores da ASA. Esses pedagogos evidentemente conhecem o semiárido, o regime das chuvas, a pluviosidade de cada região, como se deve cuidar dos telhados, das calhas. Irão pelo sertão, pelas serras, pelos brejos, gastarão dias de suas vidas em meio às populações para realizar com um cuidado sacerdotal as tarefas que a questão exige. Claro que os políticos farão, antes de entregar as cisternas, uma crítica ao coronelismo nordestino, ao uso da água como moeda eleitoral, afinal, já superamos os períodos mais aberrantes da política nordestina. Quando a cisterna quebrar, os pedreiros capacitados saberão reparar os estragos, sem depender da empresa, e as cisternas de plástico não virarão um amontoado de lixo no sertão. As empresas também enviarão agrônomos para dialogar com as comunidades como se faz uma horta com a água de cisterna para produção, uma mandala, uma barragem subterrânea, uma irrigação simples por gotejamento. Claro, o interesse das empresas e dos políticos é continuar o trabalho pedagógico da ASA tão premiado no Brasil e em outros lugares do mundo. Não temos, portanto, nada a protestar. A presidente e a ministra (Tereza) Campello são exímias conhecedoras do Nordeste, mesmo tendo nascido no Sul e Sudeste. Conhecem cada palmo da região, dessa cultura, cada um de seus costumes. Claro que não nos enviarão mais sapatos furados, roupas rasgadas em tempos de seca, como acontecia antigamente. Até porque o trabalho da ASA eliminou as grandes migrações, a sede, a fome, as frentes de emergência e os saques. Mesmo não sendo nordestinas, nem jamais tendo vivido aqui, conhecem a região melhor que o povo que aqui nasceu ou aqui habita. Portanto, gratos por tanta generosidade. Vamos conversar com os milhões de beneficiados envolvidos na convivência com o semiárido. Eles vão entender as razões da presidente e da ministra e vão retribuir com a generosidade que lhes é peculiar. O povo do semiárido jamais esquecerá que, no Natal de 2011, ganhou como presente da presidente Dilma Roussef uma cisterna de plástico”.
De minha parte, chego ao fim deste ano perplexa. Cresci ouvindo que o Brasil era o país do futuro, mas não podia acreditar porque passei a infância e a adolescência numa ditadura que torturava gente como a então jovem Dilma Rousseff. Participei dos comícios das “Diretas Já” e cobri como jornalista as primeiras eleições da redemocratização. Muito mais tarde, testemunhei e escrevi sobre a eleição de Lula e o comício da vitória, em 2002. Nos últimos anos, já madura, ouço que o futuro chegou. E estava começando a acreditar, pelo menos em alguns aspectos. E não é que agora, às vésperas de 2012, anunciam com eufemismos que podemos estar voltando ao passado também no sertão nordestino? Não há de ser por saudades da literatura de Graciliano Ramos e de João Cabral de Melo Neto, porque esta é a única que com certeza não voltará.
(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)
  
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