SERGIO DE MATOS

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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Amigos Budistas iniciantes na prática e veteranos, Vamos tentar colocar algumas experiências e relatos para incentivar a prática dos colegas.

Amigos Budistas iniciantes na prática e veteranos,
Vamos tentar colocar algumas experiências e relatos para incentivar a prática dos colegas.
Que tal sempre comentar e dar opinião sobre postagens para que haja discussões e assim amadurecimento de todos.
Vamos começar a produzir conteúdo para que seja usado nas reuniões como exemplos ou dúvidas.


Levantar-se

Edição 536 - Publicado em 19/Abril/2013 - Página 16
Sustentar o humanismo em meio à sociedade é iluminação. Assim como a flor de lótus desabrocha no pântano, praticamos o Budismo Nitiren em meio às diversas atividades cotidianas. Em tempos atuais, realizar a prática budista isolado da vida diária não tem sentido, pois necessitamos viver em sociedade. Nesse contexto, a prática budista se transforma numa batalha constante contra os obstáculos e as funções malignas, porque inevitavelmente nos defrontamos com situações que podem nos influenciar de forma negativa. Unir-se verdadeiramente a bons amigos é uma condição indispensável para termos sucesso em nossa prática budista. Pode ser uma aparente contradição, mas a chave da união entre as pessoas é a disposição de levantar-se só, postura representada pelo leão, considerado o rei dos animais devido à sua atitude corajosa e não por seu tamanho ou força. A coragem é fundamental, uma vez que ativa em nossa própria vida a energia vital ilimitada. Levantar-se só é a ação mais poderosa que inspira os outros a agir com a mesma disposição. Portanto, não importam as circunstâncias, agora é o momento de agir como um leão. Chegou a sua vez de ser feliz, mesmo que a solução pareça impossível, tenha sempre a disposição de levantar-se só.
Valente e resoluto. O leão simboliza o espírito de levantar-se só

Coragem. Nitiren Daishonin levantou-se sozinho para abrir o caminho para a

 felicidade de todas as pessoas



Rugido do leão. A propagação da felicidade do mestre para o discípulo


Prezar cada pessoa. O presidente Ikeda cumprimenta os participantes da

 Reunião Nacional de Líderes em maio de 1972 em Tóquio, Japão

A culpa é do construtor
“Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo”, disse Leon Tolstoi, gênio da literatura russa do século 19 e pacifista, que, para defender sua posição a favor do povo, enfrentou a Igreja Ortodoxa Russa e o governo de seu país.
O escritor não acreditava em guerras e revoluções violentas como solução para os problemas. Defendia que a revolução interna de cada pessoa levaria às verdadeiras mudanças na sociedade. Ele tinha uma personalidade notável e vivia sempre de bom humor. Apesar de muitos pensarem que Tolstoi era um homem austero e sério, na verdade, ele sorria com muita frequência.
Há um interessante episódio com o filho de Tolstoi, Ilya, quando ainda era pequeno. O menino há muito tempo queria uma pequena xícara com pires. Quando ganhou o presente, todo feliz, andava de um lado para outro carregando o joguinho de chá para mostrá-lo a quem frequentasse a casa.
Certo dia, ao sair do quarto, tropeçou em um degrau alto e a xícara se despedaçou no chão. Chorou desolado.
Vendo que o menino não parava de chorar, a mãe o repreendeu: “A culpa é sua, que ficou correndo dentro de casa!” Mas ele, com raiva e em prantos, respondeu furioso: “Não é minha culpa! A culpa é do construtor, que pôs um degrau onde não devia!”
Tolstoi ouviu a discussão e, diante da resposta do menino, não conteve o riso. O escritor nunca mais se esqueceu das palavras do filho.
A partir desse dia, sempre que algum familiar justificava seus erros colocando a culpa em outra pessoa, Tolstoi continha o riso e dizia: “Sim, sim! A culpa é do construtor!”
Certa vez, um de seus filhos disse que suas notas baixas se deviam à estupidez do professor. “Claro”, respondeu Tolstoi, “a culpa é do construtor...”. Em outra ocasião, um menino cavalgava num bosque pantanoso. Por descuido, o cavalo se meteu num lamaçal e o menino reclamou: “Por que não me avisaram que ali havia um pântano?” E em um momento parecido, quando um de seus filhos caiu da montaria, o comentário foi: “O palafreneiro não ajustou bem a sela”.
Em todos esses casos, Tolstoi começava a rir e dizia: “É claro. Sem dúvida, a culpa foi do construtor!” Os meninos ficavam vermelhos de vergonha e abaixavam a cabeça.


A história relatada apresenta o comportamento corriqueiro de buscar culpados. Assim como o menino Ilya, a maioria das pessoas se isenta de suas responsabilidades e culpa os demais por seus fracassos.
Nesse sentido, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, afirma: “Quando os negócios não vão bem, um comerciante diz: ‘Isso não estaria acontecendo se Fulano tivesse me emprestado aquele dinheiro...’. Quando as atividades pelo Kossen-rufu não se desenvolvem numa organização, alguém culpa um responsável que não fez o que deveria. Num relacionamento em que acontecem constantes brigas e desencontros, um se queixa: ‘Ah!, se ela me entendesse, eu agiria diferente’. A outra parte pensa: ‘Se ele agisse diferente, eu seria mais compreensiva’.
“Também existem pessoas maldosas, hábeis na arte de inventar pretextos, que culpam o primeiro que aparece, que difamam os outros descaradamente por aquilo que elas mesmas causaram. Isso é frequente entre pessoas que desistem da fé e traem suas convicções ou seus antigos companheiros. Aqueles que culpam os outros por seus próprios erros sempre são dominados e vencidos pelo ambiente, e jamais conquistam uma vitória digna” (BS, ed. 1.430, 20 set. 1997, p. 3).
O líder da SGI conclui: “Fundamentalmente, tudo o que acontece é reflexo do nosso estado interior ou da nossa atitude básica em relação à vida. Talvez isso seja o que Tolstoi queria mostrar” (Ibidem).
Em vez de dar desculpas, a postura ideal é assumir a responsabilidade por nossa vida e determinar vencer as circunstâncias. Quando perdemos o espírito de lutar, mesmo que tenhamos a desculpa mais bonita, a derrota continua sendo derrota. Não há justificativa.
Em qualquer situação, nunca devemos fugir. O caminho da felicidade é vencer agora, no lugar em que estamos. Essa é a visão do Budismo Nitiren que chama esse comportamento de espírito de levantar-se só.

Paz não é passividade
Os verdadeiros pacifistas que fizeram a diferença para a humanidade se levantaram sozinhos e travaram constantes batalhas, recebendo duras críticas de pessoas próximas e constantes perseguições por aqueles no poder.
Em situações de conflito, eles se levantaram sozinhos assumindo a responsabilidade de transformar as circunstâncias em favor da própria felicidade e a dos outros.
Paz não é passividade porque o indíviduo passivo prejudica somente a si próprio. Apesar de demonstrar uma atitude externa de “paz”, interiormente o passivo é agressivo consigo mesmo, pois abriu mão de sua felicidade em favor de outra pessoa. 
A passividade é prejudicial quando as atitudes passivas são motivadas pela expectativa de reciprocidade. O indivíduo tenta ignorar a situação, sendo agradável e condescendente, esperando que o outro também faça o mesmo. Quando isso não acontece, é tomado pela raiva.
“As pessoas têm a ilusão de que se disserem ‘não’, vão perder o amor do outro. Isso é muito destrutivo, pois ela acaba expiando o sentimento de culpa na posição de submissão; quando, na verdade, é o contrário: ao se posicionar, o outro percebe que existe uma pessoa, com opiniões próprias, que precisa ser considerada”, diz Ricardo Almeida Prado, psiquiatra e psicanalista do Programa de Atendimento e Estudos de Somatização da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).1
Levantar-se sozinho, assumindo a responsabilidade pela transformação da própria realidade não significa ser agressivo em situações de conflito e passivo quando é conveniente não se posicionar.
Significa ser firme na busca da solução do problema, e nunca na procura por culpados. Levantar-se só é assumir uma postura a favor daquilo que é correto, que é bom para si e para os outros. Por vezes, isso pode significar dizer “não” e até mesmo reagir sem medo da reprovação e da crítica.
“A negação do ‘eu’ é uma hipocrisia. O certo é buscar a felicidade para si e para os outros”, afirmou o primeiro presidente e fundador da Soka Gakkai, Tsunessaburo Makiguti. Ele disse isso numa época em que o Japão era dominado pelo totalitarismo, regime que confundia a sociedade com frases do tipo “autossacrifício pelo bem público”.
Para Nitiren Daishonin, “Chama-se alegria quando tanto a própria pessoa como as demais possuem sabedoria e benevolência” (Gosho Zenshu, p. 761). A essência do Budismo Nitiren — e o espírito fundamental da Soka Gakkai — é criar um mundo em que sejamos felizes junto com os demais. Não se trata de “autossacrifício”, mas de “autoativação”, afirma o presidente Ikeda (TC, ed. 420, ago. 2003, p. 19).

O objetivo do Budismo

Na sociedade japonesa do século 13 prevaleciam ideias distorcidas sobre os ensinamentos budistas. As pessoas, em geral, viam o Budismo como um ensinamento que aspirava atingir o nirvana, um estado de total paz interior.
Isso alimentou uma tendência ao escapismo do mundo real, tornando-se comum que os budistas se isolassem em retiros ou montanhas para almejar uma utopia ou um paraíso afastado deste mundo de sofrimento. Enquanto permaneciam apegados a essas visões, os praticantes eram incapazes de reconhecer a essência da prática budista.
Essa ignorância a respeito da essência da prática budista era o que motivava as críticas direcionadas a Daishonin.
A esse respeito, o presidente Ikeda esclarece: “Muitas pessoas achavam que não era uma atitude muito ‘budista’ censurar e atacar outras escolas. Esse comportamento também conflitava com a valorizada virtude japonesa de manter a harmonia a todo custo. (...) Daishonin afirma que não somente os sacerdotes e seguidores de outras escolas se levantaram para condená-lo, como também alguns de seus próprios discípulos não compreenderam suas ações”.
O Budismo genuíno não tem como objetivo uma utopia em algum reino imaginário. Ao contrário, é uma filosofia que busca transformar a realidade e que oferece ferramentas para a construção de um mundo melhor a partir da realidade que vivemos agora, por mais que ela seja conturbada.
O líder da SGI explica: “O objetivo do Budismo é despertar as pessoas para o seu poder inato, capacitando-as a desenvolver a força espiritual para superar quaisquer tempestades que encontrem no cotidiano.
“A essência do Budismo, em certo sentido, não está na busca por uma vida plácida como um lago de águas paradas, mas no estabelecimento de um estado de felicidade tão sólido e vasto, impossível de ser destruído mesmo pelas ondas mais bravias.
“Embora almejemos uma felicidade modesta, uma situação em que nada de mal ocorra, é impossível evitarmos ser golpea­dos pelos ventos e pelas ondas tempestuosas. Na realidade, as pessoas somente podem assegurar a própria felicidade cultivando sua força interior para avançar intrepidamente, através do turbilhão da escuridão fundamental e do carma. Nesse sentido, a felicidade somente é encontrada em meio à luta.
“Construir uma felicidade genuína para si e para os outros implica, necessariamente, combater as ideologias errôneas e as crenças distorcidas que submetem as pessoas ao sofrimento. Esta é a prática do Chakubuku. (...) A prática que concorda com o coração ou o desejo e o propósito do Buda” (TC, ed. 456, ago. 2006, p. 50).

Como Nitiren Daishonin venceu?
Quando Daishonin viu que seus discípulos se deixavam levar pelo medo, adotando uma postura passiva, perguntou-se por que desistiam em um momento tão importante, quando ele havia conseguido “expor os erros dos inimigos poderosos”. E sobre aqueles que além de passivos ainda criticavam a postura do mestre, ele escreveu: “Estão se comportando de um modo tão ridículo como um vaga-lume que ri do Sol” (WND, p. 306).
Em outra carta, ele afirma: “Dessa forma, por mais que eu explique ou tente convencer meus próprios discípulos, ainda assim parece que suas dúvidas permanecem” (END, v. IV, p. 214).
Para vencer a situação e a batalha contra o poder autoritário secular, Daishonin fez a única coisa que traria a vitória absoluta: levantou-se sozinho, como um rei leão.
Sobre esse aspecto, o presidente Ikeda declara: “A única forma de abrir os olhos dessas pessoas tolas não é com argumentos, mas fazê-las tomarem contato com esse estado de vida imensurável e elevado. Se uma pessoa não possui uma condição de vida radiante de um rei leão, um estado de vida ilimitado como o céu e vasto como o mar, não pode assumir a liderança do Kossen-rufu” (TC, ed. 422, out. 2003, p. 5).
Foi esse o estado de vida de Daishonin, essa é a condição interior de uma pessoa que se levanta sozinha. Nesse levantar, ele criou o Itai Doshin entre seus discípulos, que garantiu a vitória de todos, tanto do mestre quanto dos discípulos. Isso foi o avanço do Kossen-rufu de pessoa a pessoa, o que gerou uma forte energia para a mudança da sociedade culminando na derrota do poder autoritário.
Como garantir que os discípulos de sua época e do futuro fossem capazes de vencer por meio da força de Itai Doshin com o mestre? Esse pensamento motivou Nitiren Daishonin a condensar o estado de vida “imensurável e elevado”, “ilimitado como o céu e vasto como o mar” no Gohonzon — “o Objeto de Devoção para Observação da Mente” do Buda.
Portanto, o Gohonzon representa a condição de vida radiante de um rei leão. Por meio dele, manifestamos o mesmo estado de vida do Buda em nossa vida. Com essa condição iluminada, vencemos as circunstâncias que cabem somente a nós mesmos vencer.
Reforçando, Itai Doshin significa possuir a mesma mente iluminada do Buda e vencer cada qual as próprias circunstâncias. Propaga-se a Lei Mística por meio da incorporação dessa Lei na própria vida. Tal comportamento iluminado gera felicidade absoluta que se propaga naturalmente entre as pessoas de nosso convívio. Propaga-se porque assumimos a responsabilidade de irradiar alegria nos diferentes locais em que vivemos. Cabe a nós a tarefa de garantir a felicidade das pessoas à nossa volta.
Nesse sentindo, o presidente Ikeda comenta: “É importante todos nós sermos um rei leão e estarmos firmemente decididos a não permitir que as funções malignas se acerquem dos companheiros de nossa organização. Somente por meio dessa luta é que manifestamos o estado de Buda. Eis por que Daishonin diz: ‘Oro para que meus discípulos sejam filhos do rei leão’” (Ibidem).

Como viver em Itai Doshin?

Itai Doshin é a união formada por diferentes corpos com a mesma mente. Um tipo de união que valoriza as pessoas, permitindo a cada uma manifestar seu pleno potencial.
Diferentes corpos remetem à diversidade e ao respeito à individualidade e liberdade de cada pessoa. Cada ser humano possui características únicas e uma missão que cabe somente a ele cumprir.
Ter a mesma mente significa mesmo senso de propósito. Representa o reconhecimento de que somos igualmente dignos de respeito. Somos iguais na iluminação, todos somos budas.
Itai Doshin trata da união harmoniosa, do entendimento entre igualdade e diversidade. Em outras palavras, é a unicidade da diversidade.
Existe Itai Doshin quando cada pessoa, ao mesmo tempo em que evidencia seu pleno potencial, se empenha em contribuir para a paz e a prosperidade de toda a sociedade.
Ao comentar sobre Itai Doshin, o presidente Ikeda revela: “É muito importante o reconhecimento explícito de que, embora estejamos unidos em torno de um mesmo objetivo, somos ‘diferentes corpos’ ou ‘pessoas diferentes’. Considero muito significativo que Daishonin não tenha utilizado a expressão ‘um único corpo, uma única mente’, frequentemente usada no Japão para explicar a união em conformidade, e que, tenha escolhido o termo ‘diferentes corpos, uma única mente’, que alude à unidade na diversidade. Embora compartilhemos uma mesma aspiração, não há necessidade de suprimirmos ou negarmos nossas diferenças individuais. Se cada um unir e expressar plenamente seu potencial único por meio do poder da Lei Mística, manifestará, com uma força invencível, a união de ‘diferentes corpos, uma única mente’”(TC, ed. 494, out. 2009, p. 43).
O presidente Ikeda explica como essa união é aplicada e vivida pelos membros da SGI em todo o mundo: “A SGI é formada por pessoas de todas as culturas, profissões e posições sociais. Nesse sentido, somos ‘muitos corpos’. Todos nós estamos, ao mesmo tempo, nos empenhando, juntos, com seriedade, para concretizar o Kossen-rufu, a fim de conduzir o mundo na direção da paz e alcançar a felicidade para nós mesmos e para os outros. Temos, portanto, ‘um único pensamento’. O avanço da SGI tem-se embasado nessa união de muitos corpos com um único pensamento” (BS, ed. 1.748, 22 maio 2004, p. A3).

Verdadeira união

Existem muitas teorias organizacionais que pregam a união. Fique atento, pois Itai Doshin — união de diferentes corpos, uma única mente — não se enquadra em qualquer tipo de união.
O totalitarismo, por exemplo, é a união de “um único corpo, uma única mente”, cujo objetivo é o controle coletivo do pensamento. Esse tipo de união ignora a personalidade do indivíduo a favor do bem público.
Itai Doshin se fundamenta na Lei Mística, no senso de propósito universal do Buda de tornar todas as pessoas felizes. Não significa se unir pelo senso de propósito de uma pessoa ou qualquer outro objetivo que não seja o de garantir a felicidade para si e para os outros.
Por isso, Itai Doshin não é uma união ilusória, como aquela formada por pes­soas más que têm objetivos superficiais e se reú­nem rapidamente atraídas por interesses e ambições em comum. Essa união é simples de ser alcançada, assim como é fácil acumular água num chão cheio de buracos. Como a água se aproveita das depressões do solo para se juntar, pessoas más se aproveitam de fatos ou circunstâncias negativas para se unirem em favor de seus interesses individuais. 
A verdadeira união começa com uma profunda mudança na mente de cada pessoa. Ou seja, é quando cada indivíduo vence seu medo e manifesta coragem, tal como a do espírito de um rei leão.

Líderes que promovem a união

“O rei Chou da dinastia Yin liderou setecentos mil soldados na batalha contra o rei Wu da dinastia Chou e seus oitocentos homens. Contudo, o exército do rei Chou perdeu por causa da desunião, enquanto os homens do rei Wu triunfaram devido à perfeita união entre eles (WND, v. 1, p. 618).
Este é o trecho de uma carta de Nitiren Daishonin na qual ele explica, de maneira clara e inquestionável, a importância do Itai Doshin.
A batalha ocorreu há mais de três mil anos, no século 11 a.C.
O rei Chou era um tirano e possuía um imponente exército e o rei Wu tinha uma força integrada por senhores feudais e seus respectivos guerreiros.
O exército do rei Chou, pela superioridade numérica, estava em absoluta vantagem, mas seus soldados não tinham motivação para lutar. Para dar passagem às tropas do rei Wu, os combatentes abriram a formação de fileiras, virando as lanças de ponta-cabeça. O rei Chou foi vencido porque seu governo despótico havia alimentado o ressentimento do povo e posto os próprios soldados contra ele.
Apesar de poucos em número, as forças do rei Wu estavam firmemente unidas pela justa causa de derrubar o regente tirano. Eles triunfaram com a união de “diferentes corpos, uma única mente”.
As tropas defendiam o rei Chou só aparentemente. Por não compartilharem o mesmo espírito ou pensamenteo do rei, eram como “um único corpo e diferentes mentes”. 
Nos Registros do Historiador, o rei Chou é descrito como “hábil na oratória”, “astuto e engenhoso” e possuidor de “uma força prodigiosa”. Indica também que, precisamente por ter qualidades excepcionais, estava sempre “justificando seus abusos”, “humilhando seus ministros com insinuações de que eram inúteis e vangloriando-se da própria capacidade”.
Entre os chefes de Estado que rendiam tributo ao rei Chou, havia três que eram particularmente capazes e influentes. Porém, o rei mandou executar dois deles. O terceiro ele o manteve em prisão domiciliar para, em seguida, expulsá-lo do reino. Esse último governante era o pai do rei Wu, ou seja, o Conde d’Oeste, que tempos depois ficaria conhecido como rei Wen. O rei Chou expulsava ou eliminava sem piedade todo ministro ou vassalo que se atrevesse a dizer algo contra o regime opressor. Como resultado, vivia cercado por bajuladores, hábeis em tramar pelas costas.
Já o reino de Wu era administrado com justiça. Daishonin descreve o rei Wu como uma pessoa de grande devoção filial e um governante que conduzia o povo com sabedoria e benevolência, assistido por ministros eficientes como T’ai-kung Wang.
Com relação a este episódio citado por Daishonin, o presidente Ikeda ressalta: “A história nos mostra que não pode haver união genuína ou duradoura quando os líderes são arrogantes. Em termos de nossa organização, a chave da união está na atitude do líder ou dos responsáveis. Isso pode parecer contraditório, porém, a união começa quando a figura central adota uma nítida postura e põe em movimento as pessoas ao redor. Se os líderes são sérios e comprometidos, muitos outros se levantarão para acompanhá-los, e isso fará surgir várias pessoas unidas em torno de uma causa comum. Por outro lado, se os líderes são covardes e autoritários, não forjarão a verdadeira união. Um claro exemplo é a diferença entre o rei Chou e o rei Wu.
Em termos de nossas atividades pelo Kossen-rufu, tudo começa quando os líderes agem com o espírito de “levantar-se só”, decididos a fortalecer as pessoas. Quando isso ocorre, os membros, compartilhando desse ideal, também se levantam para combater a injustiça e realizar o Kossen-rufu com união inabalável. Pode-se dizer que esta é a fórmula para a vitória do povo, no mundo do Kossen-rufu (TC, ed. 494, out. 2009, p. 43).

Assuma a responsabilidade

Chegou a sua vez

Uma vez que a postura corajosa, representada pelo levantar do leão, é o caminho do estado de Buda, como manifestá-la em nossa vida diária?
Como exemplo, tomemos uma situação no trabalho vivida pelo presidente Ikeda em sua juventude. Em seu diário está escrito: 
“O gerente financeiro advertiu dizendo que os funcionários deveriam chegar mais cedo ao trabalho e fazer a limpeza do escritório. Sinto pena das funcionárias. Foi uma demonstração da discrepância entre a gerência e os funcionários.
“Anseio pelo dia em que funcionários de todas as empresas possam trabalhar sorridentes e conviver com alegria e confiança mútua. Não, em vez de esperar, criarei esse ambiente com as minhas próprias mãos” (veja mais na p. 33). 
Mas o que fazer quando, ao sermos submetidos a determinado sistema, desrespeitamos nossa individualidade e não agimos conforme gostaríamos?
A solução é levantar-se só com o objetivo de criar o Itai Doshin — diferentes corpos, uma única mente — em sua realidade. Isso significa criar um ambiente de harmonia onde as pessoas trabalham pelo mesmo senso de propósito de buscar a felicidade de si mesmo e dos outros.
Nesse ambiente, não há espaço para o negativismo. Assim como o solo não tem mais buracos para acumular água.
Se você realmente quer resolver sua situação, assuma a responsabilidade de criar esse ambiente. Como? Por meio da própria revolução humana. O ambiente muda naturalmente com o levantar de uma única pessoa. Quando você se empenha em buscar a própria felicidade e a dos outros, não há o que não seja transformado. Por meio do seu exemplo, todos se transformam, tanto os amigos quanto os desafetos. Se mesmo assim ainda existirem aqueles que, contrários ao fluxo positivo do Itai Doshin, insistam em agir negativamente, eles deixarão aquele ambiente por iniciativa própria. Quem se incomoda com o ambiente onde reina o Itai Doshin naturalmente encontra um caminho mais adequado para seguir em outro local.
O desejo do Buda é a felicidade de todas as pessoas. Como discípulo, o bem-estar das pessoas de seu convívio é de sua responsabilidade. Portanto, cabe a você resolver a situação problemática.
Para vencer, o sentimento é fundamental. Você não assume a responsabilidade porque “está na sua vida” ou é seu carma. Você assume porque esta é sua missão como discípulo, como Bodhisattva da Terra. Não perca a oportunidade, não espere que ninguém resolva por você. Levante-se sozinho e cumpra sua missão!

Levantar-se só.

A chave para a união
O presidente Ikeda revela a fórmula para o Kossen-rufu, dizendo: “Qual é a chave para a união? Embora pareça contraditório, está em cada pessoa levantar-se só. Cada um deve orar com sinceridade e tornar-se forte. Se pensarmos ‘Alguém fará isso’, jamais criaremos uma verdadeira união. Se dependermos dos demais e deixarmos irresponsavelmente que os acontecimentos sigam seu curso, estaremos sendo um rebanho de ovelhas submissas” (TC, ed. 399, nov. 2001, p. 9).
O mestre continua: “Todos têm sua família, seus parentes e amigos que fazem parte da relação de vida individual. Do ponto de vista da Lei Mística, este é o local de sua missão que forma o kenzoku (relação compartilhada). Você tem o direito e a responsabilidade de realizar o Kossen-rufu no seu ambiente”.
O Kossen-rufu é promovido por meio do diálogo de vida a vida entre as pessoas comuns. Dessa forma, propagar o Budismo onde você se encontra é a forma mais discreta e difícil. Isso porque não há como enganar as pessoas à sua volta com aparências e fingimentos. 
Levantar-se só é ter a consciência de que estou aqui e agora como enviado do Buda Nitiren Daishonin. 
Se todos se levantarem como Bodhisattvas da Terra em sua realidade atual, o Kossen-rufu será estabelecido.

Conclusão
No capítulo “Castelo do Debate” do romance Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda enfatiza a coragem na prática budista de “levantar-se só”. 
O mestre diz que seja qual for a época, o que nunca muda é o princípio de “levantar-se só”. Assim como o Buda Nitiren, os presidentes Makiguti e Toda também se levantaram sozinhos. Esse é o espírito do Budismo e o coração de um leão Soka.
Ele diz ainda que o espírito da Soka Gakkai está no ato de “levantar-se só”, abandonando os ensinamentos superficiais para seguir o ensinamento mais profundo e correto. E complementa: “Está na decisão de devotar a própria vida à propagação da Lei Mística sem temer o martírio. Está na coragem e na paixão de atuar em prol do Kossen-rufu, empreendendo uma luta sem tréguas. Está na força para suportar as dificuldades e perseguições. Está em viver os ensinamentos de Nitiren Daishonin conforme ele ensinou. Está na determinação de combater o mal e revelar o bem. Está no caminho da inseparabilidade de mestre e discípulo embasado na correta prática da fé. Está na sólida união de Itai Doshin e no sentimento de prezar todas as pessoas como se reverenciasse o Buda”. 
A forma de transmitir esse espírito da Soka Gakkai é agir por iniciativa própria e atuar junto às pessoas, diz o presidente Ikeda.
Portanto, levantar-se só significa se responsabilizar pelo Kossen-rufu. Seja você a fonte da felicidade da sua família, da sua comunidade e das pessoas que propagam a Lei Mística.
VEJAM...COMPARTILHEM https://vimeo.com/38470315

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