A Felicidade neste Mundo
Edição 1410 - Publicado em 19/Abril/1997 - Página 3
Gosho - Explanação do presidente Ikeda
Praticamos a fé para sermos realmente felizes
Praticamos a fé para desfrutarmos a vida ao máximo e para termos a existência mais feliz que se possa imaginar. A escritura que estudaremos desta vez, “A Felicidade neste Mundo”, explica o “ensino secreto” que torna isso possível. Esta é uma carta muito breve, mas apresenta uma exposição completa dos princípios fundamentais da fé. Ao compreendermos profundamente esta escritura, interiorizaremos o segredo da fé e da vida.
[Não há felicidade maior para os seres humanos que recitar o Nam-myoho-rengue-kyo. O sutra diz: “As pessoas lá [em minha terra] são felizes e tranqüilas.”2 “Felizes e tranqüilas” indica a alegria proveniente da Lei.
Obviamente, você está incluído entre as “pessoas”. “Lá” significa o mundo inteiro, o que inclui o Japão. “Felizes e tranqüilas” significa saber que nossa vida — nosso corpo e mente, nós e nosso ambiente — é a entidade de itinen sanzen e o Buda da liberdade absoluta.3 Não há felicidade maior do que ter fé no Sutra de Lótus. Este nos promete “paz e segurança nesta vida e boas circunstâncias na próxima”.4 Jamais permita que os impasses da vida o perturbem. Afinal, ninguém pode escapar dos problemas, nem mesmo santos ou sábios.
[Não há felicidade maior para os seres humanos que recitar o Nam-myoho-rengue-kyo. O sutra diz: “As pessoas lá [em minha terra] são felizes e tranqüilas.”2 “Felizes e tranqüilas” indica a alegria proveniente da Lei.
Obviamente, você está incluído entre as “pessoas”. “Lá” significa o mundo inteiro, o que inclui o Japão. “Felizes e tranqüilas” significa saber que nossa vida — nosso corpo e mente, nós e nosso ambiente — é a entidade de itinen sanzen e o Buda da liberdade absoluta.3 Não há felicidade maior do que ter fé no Sutra de Lótus. Este nos promete “paz e segurança nesta vida e boas circunstâncias na próxima”.4 Jamais permita que os impasses da vida o perturbem. Afinal, ninguém pode escapar dos problemas, nem mesmo santos ou sábios.
Apenas ore Nam-myoho-rengue-kyo e quando beber saquê, permaneça em casa com sua esposa. Sofra o que tiver de sofrer. Desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento como a alegria como fatos da vida e continue orando o Nam-myoho-rengue-kyo, não obstante o que aconteça. Então, experimentará a infinita alegria da Lei. Fortaleça a sua fé mais do que nunca.
Com meu profundo respeito,
Nitiren.
No vigésimo sétimo dia do sexto mês do segundo ano de Kenji (1276).5]
Com meu profundo respeito,
Nitiren.
No vigésimo sétimo dia do sexto mês do segundo ano de Kenji (1276).5]
Recitar o Nam-myoho-rengue-kyo é a maior alegria
[I. Não há felicidade maior para os seres humanos que recitar o Nam-myoho-rengue-kyo.]
O fato de citar “seres humanos” logo no início é de grande significado, pois se refere a toda a humanidade. O ensino de Daishonin pode beneficiar todas as pessoas, sem uma única exceção. O budismo é um ensino que existe para o bem de todos os seres humanos.
Não é apenas para os japoneses ou para os integrantes de um determinado grupo étnico ou país. Nitiren Daishonin declara, em última instância, que para todas as pessoas, sejam pobres ou ricas, famosas ou anônimas, poderosas ou não, interessadas pela arte ou pela ciência, não existe felicidade verdadeira nem boa sorte, nem realização duradoura sem recitar o Nam-myoho-rengue-kyo. Isso acontece porque, ao recitarmos o Daimoku, a nossa vida se funde com o estado de vida do Buda e podemos extrair uma força impressionante para realizarmos a nossa revolução humana e ajudar as outras pessoas a fazerem o mesmo.
A fama, a riqueza ou o prestígio social não nos garantem por si sós a felicidade. Há muitos milionários que, por trás das paredes de suas mansões, vivem um sofrimento indescritível. Alguns estão tão presos a sua vaidade que não têm um segundo de paz interior. Entre as pessoas famosas, muitas caem num inferno de angústia quando perdem a celebridade e deixam de estar em evidência. Podem haver duas pessoas que, em uma mesma empresa, realizam o mesmo trabalho e têm a mesma situação econômica e social. Mas uma se sente feliz e a outra, desesperada. Não é raro encontrar esse tipo de disparidade entre pessoas que, nos demais aspectos, têm vidas muito parecidas, e essa divergência está relacionada ao estado de vida interior, ao sentimento de cada um. Nem se pode dizer que o avanço da ciência ou o desenvolvimento econômico produzem necessariamente a felicidade.
Em qualquer caso, o fato de uma pessoa sentir-se feliz ou infeliz depende dela própria. Se não transformarmos o nosso estado de vida, não encontraremos a verdadeira felicidade. Mas quando mudamos nossa atitude interior, todo o mundo se transforma para nós. No budismo, recitamos o Daimoku porque é a forma mais profunda de realizarmos esse tipo de transformação interior.
[II. O sutra diz: “As pessoas lá [em minha terra] são felizes e tranqüilas.”]
Esse trecho pertence à parte em verso (Jigague) do 16º capítulo do Sutra de Lótus, “Revelação da Vida Eterna do Buda”, e significa que este mundo é um lugar onde as pessoas deveriam viver felizes e desfrutar a existência. Todas as manhãs e noites recitamos esse trecho quando fazemos o Gongyo. Nascemos neste mundo para desfrutar a vida, e não para sofrer. Essa é a premissa fundamental do Sutra de Lótus sobre a natureza da existência humana. Viver feliz e desfrutar a vida significa apreciar o trabalho, a família, o que se faz pelo bem dos demais ao empreender atividades budistas, por exemplo.
Se temos um estado de vida assim elevado, mesmo quando nos acontecem coisas desagradáveis podemos considerá-las como um ingrediente que melhora a vida, assim como uma pitada de sal dá sabor a um prato adocicado. Aconteça o que acontecer, consegue-se sentir verdadeira satisfação na vida.
Esse trecho nos assegura que podemos, sem falha, gerar uma imensa força vital e nos instiga a direcionar a prática budista para esse objetivo.
[III. “Felizes e tranqüilas” indica a alegria proveniente da Lei.]
Experimentar a “alegria proveniente da Lei” significa saborear plenamente a Lei universal, eterna e imutável, e desfrutar a força e a sabedoria que essa Lei nos concede.
Em oposição a esse tipo de alegria encontra-se a “felicidade que se origina dos desejos”, ou seja, o prazer que se obtém ao satisfazer os desejos mais diversos. Essa alegria pode parecer uma felicidade verdadeira, mas é apenas passageira e superficial, pois não surge das profundezas da vida e é fácil de se transformar em insatisfação e infelicidade.
A fé nos permite receber a alegria eterna proveniente da Lei. Vamos então gravar em nossos corações o fato de que somos nós mesmos as pessoas que manifestam essa alegria. E por sermos nós próprios que a criamos, essa felicidade não depende de nenhuma outra pessoa.
Ninguém mais pode nos fazer felizes; somente nós, por meio de nossas próprias ações, construímos nossa felicidade essencial.
Por isso, temos alguma necessidade de invejar os outros? Temos alguma necessidade de sentir rancor por causa das conquistas das outras pessoas ou de dependermos de alguém para podermos ser felizes? Tudo se reduz ao nosso próprio estado de vida.
Dentro de nós mesmos encontra-se o poder de orientar nossa vida para a direção que mais nos aprouver. Deixar-se ser influenciado pelos demais ou pelo ambiente não é a forma de vida ensinada pelo Sutra de Lótus.
A verdadeira felicidade não consiste em sentir alegria num momento e angústia no momento seguinte. Quando se supera a tendência de culpar aos demais ou ao meio ambiente, pode-se elevar de um modo inimaginável o estado de vida.
Ao mesmo tempo, a fé existe essencialmente para nosso próprio benefício, não para os demais.
Com certeza, praticamos para nós mesmos e para as pessoas que estão a nossa volta com o objetivo de concretizar o ideal do Kossen-rufu. Mas, em última análise, nós somos os principais beneficiados de tudo o que fazemos no mundo da fé.
Tudo se reverte em nosso próprio crescimento, contribui para o desenvolvimento de nossa condição de vida e para a consolidação de nosso estado de Buda.
Quando praticamos com essa determinação, todas as queixas desaparecem. O estado de Buda que estava coberto de reprovações começa a resplandecer. E então pode-se desfrutar plena e livremente a alegria proveniente da Lei.
O fato de citar “seres humanos” logo no início é de grande significado, pois se refere a toda a humanidade. O ensino de Daishonin pode beneficiar todas as pessoas, sem uma única exceção. O budismo é um ensino que existe para o bem de todos os seres humanos.
Não é apenas para os japoneses ou para os integrantes de um determinado grupo étnico ou país. Nitiren Daishonin declara, em última instância, que para todas as pessoas, sejam pobres ou ricas, famosas ou anônimas, poderosas ou não, interessadas pela arte ou pela ciência, não existe felicidade verdadeira nem boa sorte, nem realização duradoura sem recitar o Nam-myoho-rengue-kyo. Isso acontece porque, ao recitarmos o Daimoku, a nossa vida se funde com o estado de vida do Buda e podemos extrair uma força impressionante para realizarmos a nossa revolução humana e ajudar as outras pessoas a fazerem o mesmo.
A fama, a riqueza ou o prestígio social não nos garantem por si sós a felicidade. Há muitos milionários que, por trás das paredes de suas mansões, vivem um sofrimento indescritível. Alguns estão tão presos a sua vaidade que não têm um segundo de paz interior. Entre as pessoas famosas, muitas caem num inferno de angústia quando perdem a celebridade e deixam de estar em evidência. Podem haver duas pessoas que, em uma mesma empresa, realizam o mesmo trabalho e têm a mesma situação econômica e social. Mas uma se sente feliz e a outra, desesperada. Não é raro encontrar esse tipo de disparidade entre pessoas que, nos demais aspectos, têm vidas muito parecidas, e essa divergência está relacionada ao estado de vida interior, ao sentimento de cada um. Nem se pode dizer que o avanço da ciência ou o desenvolvimento econômico produzem necessariamente a felicidade.
Em qualquer caso, o fato de uma pessoa sentir-se feliz ou infeliz depende dela própria. Se não transformarmos o nosso estado de vida, não encontraremos a verdadeira felicidade. Mas quando mudamos nossa atitude interior, todo o mundo se transforma para nós. No budismo, recitamos o Daimoku porque é a forma mais profunda de realizarmos esse tipo de transformação interior.
[II. O sutra diz: “As pessoas lá [em minha terra] são felizes e tranqüilas.”]
Esse trecho pertence à parte em verso (Jigague) do 16º capítulo do Sutra de Lótus, “Revelação da Vida Eterna do Buda”, e significa que este mundo é um lugar onde as pessoas deveriam viver felizes e desfrutar a existência. Todas as manhãs e noites recitamos esse trecho quando fazemos o Gongyo. Nascemos neste mundo para desfrutar a vida, e não para sofrer. Essa é a premissa fundamental do Sutra de Lótus sobre a natureza da existência humana. Viver feliz e desfrutar a vida significa apreciar o trabalho, a família, o que se faz pelo bem dos demais ao empreender atividades budistas, por exemplo.
Se temos um estado de vida assim elevado, mesmo quando nos acontecem coisas desagradáveis podemos considerá-las como um ingrediente que melhora a vida, assim como uma pitada de sal dá sabor a um prato adocicado. Aconteça o que acontecer, consegue-se sentir verdadeira satisfação na vida.
Esse trecho nos assegura que podemos, sem falha, gerar uma imensa força vital e nos instiga a direcionar a prática budista para esse objetivo.
[III. “Felizes e tranqüilas” indica a alegria proveniente da Lei.]
Experimentar a “alegria proveniente da Lei” significa saborear plenamente a Lei universal, eterna e imutável, e desfrutar a força e a sabedoria que essa Lei nos concede.
Em oposição a esse tipo de alegria encontra-se a “felicidade que se origina dos desejos”, ou seja, o prazer que se obtém ao satisfazer os desejos mais diversos. Essa alegria pode parecer uma felicidade verdadeira, mas é apenas passageira e superficial, pois não surge das profundezas da vida e é fácil de se transformar em insatisfação e infelicidade.
A fé nos permite receber a alegria eterna proveniente da Lei. Vamos então gravar em nossos corações o fato de que somos nós mesmos as pessoas que manifestam essa alegria. E por sermos nós próprios que a criamos, essa felicidade não depende de nenhuma outra pessoa.
Ninguém mais pode nos fazer felizes; somente nós, por meio de nossas próprias ações, construímos nossa felicidade essencial.
Por isso, temos alguma necessidade de invejar os outros? Temos alguma necessidade de sentir rancor por causa das conquistas das outras pessoas ou de dependermos de alguém para podermos ser felizes? Tudo se reduz ao nosso próprio estado de vida.
Dentro de nós mesmos encontra-se o poder de orientar nossa vida para a direção que mais nos aprouver. Deixar-se ser influenciado pelos demais ou pelo ambiente não é a forma de vida ensinada pelo Sutra de Lótus.
A verdadeira felicidade não consiste em sentir alegria num momento e angústia no momento seguinte. Quando se supera a tendência de culpar aos demais ou ao meio ambiente, pode-se elevar de um modo inimaginável o estado de vida.
Ao mesmo tempo, a fé existe essencialmente para nosso próprio benefício, não para os demais.
Com certeza, praticamos para nós mesmos e para as pessoas que estão a nossa volta com o objetivo de concretizar o ideal do Kossen-rufu. Mas, em última análise, nós somos os principais beneficiados de tudo o que fazemos no mundo da fé.
Tudo se reverte em nosso próprio crescimento, contribui para o desenvolvimento de nossa condição de vida e para a consolidação de nosso estado de Buda.
Quando praticamos com essa determinação, todas as queixas desaparecem. O estado de Buda que estava coberto de reprovações começa a resplandecer. E então pode-se desfrutar plena e livremente a alegria proveniente da Lei.
“Felizes e tranqüilas’’ significa, na realidade, a coragem para superar as dificuldades
[IV. Obviamente, você está incluído entre as “pessoas”. “Lá” significa o mundo inteiro, o que inclui o Japão. “Felizes e tranqüilas” significa saber que nossa vida — nosso corpo e mente, nós e nosso ambiente — é a entidade de Itinen Sanzen e o Buda da liberdade absoluta.]
Daishonin diz que esta passagem — “felizes e tranqüilas” — refere-se na realidade a Shijo Kingo. O triste é que, por mais que leiamos o sutra ou estudemos as escrituras, continuamos a pensar: “Isso é perfeito para os outros, mas a minha situação é diferente.” Mas, especialmente quando somos assolados por alguma dificuldade, ou quando nosso coração parece se apertar de dor, pensamos: “Meus sofrimentos não têm solução.”
Porém, nesse trecho, Daishonin nos diz que de forma alguma as coisas são assim. Quando esta carta foi escrita, Shijo Kingo, o destinatário, estava sofrendo a difamação de seus colegas invejosos, e por isso seu senhor feudal perdeu a confiança nele. Tal desventura teve uma única causa: a inveja.
O senhor feudal tinha uma extraordinária confiança em Shijo Kingo, mas este tinha como característica não calar-se quando sentia que devia dizer algo e, como se pode imaginar, não lhe faltavam inimigos. Este talvez seja um exemplo da natureza humana; sabe-se que as pessoas têm a tendência de invejar os outros até pelas coisas mais insignificantes.
Quando se sente inveja de alguém, trata-se de desprestigiá-lo. E quando essa pessoa cai em desgraça, sente-se uma curiosa satisfação. Não vamos nos deixar ser derrotados por essa tendência lamentável. Deixar-nos envolver por essa rede de emoção tão mesquinha é uma atitude patética e totalmente inútil; não se pode ser feliz pulando num instante da alegria para a tristeza.
Assim como indica a frase “a alegria proveniente da Lei”, a chave encontra-se em desenvolver uma fortaleza interior que nos permita observar todas as coisas do ponto de vista do estado de Buda, do ponto de vista da condição de suprema felicidade. E, segundo disse Daishonin, recitar Daimoku constantemente é o que nos permite conseguir isso.
Por outro lado, há um trecho que diz “nosso corpo e mente, nós e nosso ambiente”, que indica que o budismo não é uma teoria abstrata, referindo-se apenas ao plano intelectual. Tampouco se trata de mudar a nossa subjetividade, ignorando o mundo e os seres que nos rodeiam. A boa sorte e os benefícios que acumulamos em nossa vida tornam-se visíveis no plano material e também ambiental.
A postura em relação à fé — que é invisível — se traduz no corpo e na mente, na vida de uma pessoa e ao seu redor, e encaminha todas as coisas com um poder e força imensos para a melhor direção possível: para a felicidade e para a conquista de nossos desejos mais profundos. A pessoa que põe em prática esse princípio é o “Buda Original”, o “Buda da liberdade absoluta”. Vamos deixar para uma outra oportunidade a análise doutrinal detalhada desse termo.
Basta apenas dizer que o Buda da liberdade absoluta é a pessoa que recebe e utiliza livremente a alegria ilimitada proveniente da Lei sem deixar de ser um homem ou uma mulher comum. Especificamente, o Buda da liberdade absoluta é Nitiren Daishonin, mas, num sentido geral, esse termo também se aplica às pessoas que estão lutando para concretizarem o Kossen-rufu e mantêm em sua fé um vínculo direto com Daishonin.
Daishonin interpreta a expressão “liberdade absoluta”, que aparece em algumas traduções, como “a propriedade de receber e utilizar livremente”.
Em uma escritura, ele afirma: “A ‘propriedade de receber e utilizar livremente’ é o princípio de Itinen Sanzen (três mil mundos num único momento da vida).”6
Jossei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, explicou que o Gohonzon é uma reserva interminável de benefícios. E Nitikan Shonin declarou: “[Se abraçar a fé neste Gohonzon e recitar o Nam-myoho-rengue-kyo, mesmo que brevemente], não há oração sem resposta nem pecado imperdoável, toda fortuna será concedida, toda justiça será provada.”7
A extensão com que poderemos “receber” e “utilizar” a vasta e profunda alegria proveniente da Lei depende totalmente da nossa fé. Tiraremos apenas uma tigela de água do oceano ou encheremos uma grande piscina até a borda? Podemos receber e empregar livremente uma quantidade ainda maior? Isso se determina totalmente pelo itinen da nossa fé.
Se, em seu foro mais íntimo, vocês decidiram: “Pelo fato de ser como sou, jamais poderei ser feliz” ou “Eu sou o único que não consegue resolver os sofrimentos”, ou ainda “Todos têm capacidade, menos eu”, esse fator mental, essa atitude ou itinen é o que impedirá o recebimento de benefícios.
Por isso, nesse trecho a intenção de Daishonin é dizer a Shijo Kingo, apesar das dificuldades por que este passava: “O senhor também pode ser feliz, sem falha, tal como o sutra afirma.”
E aqui se pode ver a imensa benevolência de Daishonin.
[V. Não há felicidade maior do que ter fé no Sutra de Lótus. Este nos promete “paz e segurança nesta vida e boas circunstâncias na próxima”.]
Diz um provérbio: “Um coração fraco acostuma-se à miséria e torna-se dócil, mas um coração forte eleva-se acima do infortúnio.” A verdadeira felicidade não é a ausência de sofrimento; não se pode esperar que todos os dias sejam alegres e tranqüilos! A verdadeira felicidade consiste de formar uma identidade tão sólida que continue sempre digna e indomável como um palácio imponente, faça sol ou faça chuva.
Conquistar um estado de “paz e segurança nesta vida” não significa ter uma vida livre de quaisquer adversidades, mas sim poder armar-se de convicção e coragem absolutas diante de qualquer dificuldade, sem se abalar, para lutar e vencê-la completamente. Esse é o estado de “paz e segurança nesta vida”.
Assim como consta no Sutra Shinjikan: “Se quer conhecer os resultados que serão manifestados no futuro, observe as causas do presente.”8 Por isso, o fato de estabelecer um grande estado de segurança e felicidade nesta vida demonstra que, no futuro, poder-se-á experimentar o efeito das boas circunstâncias e, por exemplo, nascer num lugar propício para o seu desenvolvimento.
Algumas religiões ensinam que o homem pode ser feliz depois da morte, mesmo que sua vida seja cheia de infelicidades. Mas não é isso o que ensina o Sutra de Lótus, segundo o qual podemos desfrutar ao máximo tanto o presente como o futuro. Essa é a essência do budismo.
Para podermos estabelecer uma vida assim, precisamos cultivar uma poderosa força vital. E conseguimos isso recitando Daimoku e enfrentando os desafios do cotidiano. Por meio desse empenho concreto, pode-se conseguir “paz e segurança nesta vida” e “boas circunstâncias na próxima”.
Daishonin diz que esta passagem — “felizes e tranqüilas” — refere-se na realidade a Shijo Kingo. O triste é que, por mais que leiamos o sutra ou estudemos as escrituras, continuamos a pensar: “Isso é perfeito para os outros, mas a minha situação é diferente.” Mas, especialmente quando somos assolados por alguma dificuldade, ou quando nosso coração parece se apertar de dor, pensamos: “Meus sofrimentos não têm solução.”
Porém, nesse trecho, Daishonin nos diz que de forma alguma as coisas são assim. Quando esta carta foi escrita, Shijo Kingo, o destinatário, estava sofrendo a difamação de seus colegas invejosos, e por isso seu senhor feudal perdeu a confiança nele. Tal desventura teve uma única causa: a inveja.
O senhor feudal tinha uma extraordinária confiança em Shijo Kingo, mas este tinha como característica não calar-se quando sentia que devia dizer algo e, como se pode imaginar, não lhe faltavam inimigos. Este talvez seja um exemplo da natureza humana; sabe-se que as pessoas têm a tendência de invejar os outros até pelas coisas mais insignificantes.
Quando se sente inveja de alguém, trata-se de desprestigiá-lo. E quando essa pessoa cai em desgraça, sente-se uma curiosa satisfação. Não vamos nos deixar ser derrotados por essa tendência lamentável. Deixar-nos envolver por essa rede de emoção tão mesquinha é uma atitude patética e totalmente inútil; não se pode ser feliz pulando num instante da alegria para a tristeza.
Assim como indica a frase “a alegria proveniente da Lei”, a chave encontra-se em desenvolver uma fortaleza interior que nos permita observar todas as coisas do ponto de vista do estado de Buda, do ponto de vista da condição de suprema felicidade. E, segundo disse Daishonin, recitar Daimoku constantemente é o que nos permite conseguir isso.
Por outro lado, há um trecho que diz “nosso corpo e mente, nós e nosso ambiente”, que indica que o budismo não é uma teoria abstrata, referindo-se apenas ao plano intelectual. Tampouco se trata de mudar a nossa subjetividade, ignorando o mundo e os seres que nos rodeiam. A boa sorte e os benefícios que acumulamos em nossa vida tornam-se visíveis no plano material e também ambiental.
A postura em relação à fé — que é invisível — se traduz no corpo e na mente, na vida de uma pessoa e ao seu redor, e encaminha todas as coisas com um poder e força imensos para a melhor direção possível: para a felicidade e para a conquista de nossos desejos mais profundos. A pessoa que põe em prática esse princípio é o “Buda Original”, o “Buda da liberdade absoluta”. Vamos deixar para uma outra oportunidade a análise doutrinal detalhada desse termo.
Basta apenas dizer que o Buda da liberdade absoluta é a pessoa que recebe e utiliza livremente a alegria ilimitada proveniente da Lei sem deixar de ser um homem ou uma mulher comum. Especificamente, o Buda da liberdade absoluta é Nitiren Daishonin, mas, num sentido geral, esse termo também se aplica às pessoas que estão lutando para concretizarem o Kossen-rufu e mantêm em sua fé um vínculo direto com Daishonin.
Daishonin interpreta a expressão “liberdade absoluta”, que aparece em algumas traduções, como “a propriedade de receber e utilizar livremente”.
Em uma escritura, ele afirma: “A ‘propriedade de receber e utilizar livremente’ é o princípio de Itinen Sanzen (três mil mundos num único momento da vida).”6
Jossei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, explicou que o Gohonzon é uma reserva interminável de benefícios. E Nitikan Shonin declarou: “[Se abraçar a fé neste Gohonzon e recitar o Nam-myoho-rengue-kyo, mesmo que brevemente], não há oração sem resposta nem pecado imperdoável, toda fortuna será concedida, toda justiça será provada.”7
A extensão com que poderemos “receber” e “utilizar” a vasta e profunda alegria proveniente da Lei depende totalmente da nossa fé. Tiraremos apenas uma tigela de água do oceano ou encheremos uma grande piscina até a borda? Podemos receber e empregar livremente uma quantidade ainda maior? Isso se determina totalmente pelo itinen da nossa fé.
Se, em seu foro mais íntimo, vocês decidiram: “Pelo fato de ser como sou, jamais poderei ser feliz” ou “Eu sou o único que não consegue resolver os sofrimentos”, ou ainda “Todos têm capacidade, menos eu”, esse fator mental, essa atitude ou itinen é o que impedirá o recebimento de benefícios.
Por isso, nesse trecho a intenção de Daishonin é dizer a Shijo Kingo, apesar das dificuldades por que este passava: “O senhor também pode ser feliz, sem falha, tal como o sutra afirma.”
E aqui se pode ver a imensa benevolência de Daishonin.
[V. Não há felicidade maior do que ter fé no Sutra de Lótus. Este nos promete “paz e segurança nesta vida e boas circunstâncias na próxima”.]
Diz um provérbio: “Um coração fraco acostuma-se à miséria e torna-se dócil, mas um coração forte eleva-se acima do infortúnio.” A verdadeira felicidade não é a ausência de sofrimento; não se pode esperar que todos os dias sejam alegres e tranqüilos! A verdadeira felicidade consiste de formar uma identidade tão sólida que continue sempre digna e indomável como um palácio imponente, faça sol ou faça chuva.
Conquistar um estado de “paz e segurança nesta vida” não significa ter uma vida livre de quaisquer adversidades, mas sim poder armar-se de convicção e coragem absolutas diante de qualquer dificuldade, sem se abalar, para lutar e vencê-la completamente. Esse é o estado de “paz e segurança nesta vida”.
Assim como consta no Sutra Shinjikan: “Se quer conhecer os resultados que serão manifestados no futuro, observe as causas do presente.”8 Por isso, o fato de estabelecer um grande estado de segurança e felicidade nesta vida demonstra que, no futuro, poder-se-á experimentar o efeito das boas circunstâncias e, por exemplo, nascer num lugar propício para o seu desenvolvimento.
Algumas religiões ensinam que o homem pode ser feliz depois da morte, mesmo que sua vida seja cheia de infelicidades. Mas não é isso o que ensina o Sutra de Lótus, segundo o qual podemos desfrutar ao máximo tanto o presente como o futuro. Essa é a essência do budismo.
Para podermos estabelecer uma vida assim, precisamos cultivar uma poderosa força vital. E conseguimos isso recitando Daimoku e enfrentando os desafios do cotidiano. Por meio desse empenho concreto, pode-se conseguir “paz e segurança nesta vida” e “boas circunstâncias na próxima”.
“Considere tanto o sofrimento como a alegria como fatos da vida”
[VI. Jamais permita que os impasses da vida o perturbem. Afinal, ninguém pode escapar dos problemas, nem mesmo santos ou sábios.]
Daishonin diz que nem mesmo as pessoas mais sábias e veneráveis podem ter uma vida livre de dificuldades. Na sociedade, as pessoas tendem a acreditar que, pelo fato de uma pessoa ser objeto de ataques ou difamações, tem de ser má. Mas, do ponto de vista do budismo, é possível que alguém sofra ataques verbais ou dificuldades sem ter culpa ou motivo. É totalmente possível que as pessoas escrevam ou falem de uma pessoa boa como se ela fosse má, que digam mentiras como se fossem verdade e que representem a verdade como uma mentira. Na sociedade atual, diria que isso é um fato. Shijo Kingo também sofreu por causa da calúnia. Mas Daishonin disse: “Jamais permita que os impasses da vida o perturbem.” Recorrer a falsas acusações significa ser derrotado como ser humano; não pode haver algo mais mesquinho e ruim. Mas nós não devemos nos deixar intimidar por um comportamento tão depreciável. Assim como não se coloca lixo na boca, também não se deve deixar entrar lixo no coração. Na verdade, Daishonin incentivava Shijo Kingo a excluir de sua mente a conduta covarde de seus detratores. O filósofo romano Sêneca (4 a.C.–65d.C.) disse que as flechas da difamação não podem perfurar o coração de uma pessoa sábia.9
Quando as pessoas se desesperam por coisas que o desespero não resolve, acabam tendo um grande sofrimento. Não é preciso se preocupar com assuntos que não se resolvem por meio da preocupação. O importante é construir dentro do coração um palácio de alegria que nada possa abalar, um estado de vida tão límpido como o céu azul acima das tormentas, como um oásis no deserto, como uma fortaleza que observa do alto as ondas embravecidas. O que vale é lutarmos abertamente contra a injustiça com uma atitude nobre e corajosa. Nitiren Daishonin empreendeu uma luta contra a maldade, o que quase lhe custou a vida, mas no instante em que estava para ser executado ensinou a Shijo Kingo: “O senhor deve se alegrar por tamanha boa sorte.”10 E pediu aos discípulos que se unissem e o seguissem. Até mesmo um pequeno mal pode fazer as pessoas infelizes, por essa razão não se deve tolerá-lo. Conquistar a “paz e segurança nesta vida e boas circunstâncias na próxima” consiste, exatamente, de lutar decididamente com uma fé corajosa e intrépida.
Daishonin diz que nem mesmo as pessoas mais sábias e veneráveis podem ter uma vida livre de dificuldades. Na sociedade, as pessoas tendem a acreditar que, pelo fato de uma pessoa ser objeto de ataques ou difamações, tem de ser má. Mas, do ponto de vista do budismo, é possível que alguém sofra ataques verbais ou dificuldades sem ter culpa ou motivo. É totalmente possível que as pessoas escrevam ou falem de uma pessoa boa como se ela fosse má, que digam mentiras como se fossem verdade e que representem a verdade como uma mentira. Na sociedade atual, diria que isso é um fato. Shijo Kingo também sofreu por causa da calúnia. Mas Daishonin disse: “Jamais permita que os impasses da vida o perturbem.” Recorrer a falsas acusações significa ser derrotado como ser humano; não pode haver algo mais mesquinho e ruim. Mas nós não devemos nos deixar intimidar por um comportamento tão depreciável. Assim como não se coloca lixo na boca, também não se deve deixar entrar lixo no coração. Na verdade, Daishonin incentivava Shijo Kingo a excluir de sua mente a conduta covarde de seus detratores. O filósofo romano Sêneca (4 a.C.–65d.C.) disse que as flechas da difamação não podem perfurar o coração de uma pessoa sábia.9
Quando as pessoas se desesperam por coisas que o desespero não resolve, acabam tendo um grande sofrimento. Não é preciso se preocupar com assuntos que não se resolvem por meio da preocupação. O importante é construir dentro do coração um palácio de alegria que nada possa abalar, um estado de vida tão límpido como o céu azul acima das tormentas, como um oásis no deserto, como uma fortaleza que observa do alto as ondas embravecidas. O que vale é lutarmos abertamente contra a injustiça com uma atitude nobre e corajosa. Nitiren Daishonin empreendeu uma luta contra a maldade, o que quase lhe custou a vida, mas no instante em que estava para ser executado ensinou a Shijo Kingo: “O senhor deve se alegrar por tamanha boa sorte.”10 E pediu aos discípulos que se unissem e o seguissem. Até mesmo um pequeno mal pode fazer as pessoas infelizes, por essa razão não se deve tolerá-lo. Conquistar a “paz e segurança nesta vida e boas circunstâncias na próxima” consiste, exatamente, de lutar decididamente com uma fé corajosa e intrépida.
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