A economia do Brasil
Números errados
Mais crescimento, inflação menor
19 jan 2013 | SÃO PAULO | A partir da edição impressa
Para os brasileiros, as notícias econômicas decepcionantes apenas continua vindo. Depois de fracos números do terceiro trimestre do PIB chocado economistas do mercado e do governo, no final de novembro, tanto cortar suas previsões de crescimento em 2012 para apenas 1%. Então, o governo admitiu que só atingiu o seu alvo observado de perto para o superávit fiscal primário de 3,1% do PIB por omitir algumas despesas de infra-estrutura das somas, trazendo dividendos para a frente de empresas estatais e invadindo o fundo soberano-se definir em 2008. Agora números da inflação trouxe mais escuridão. Durante 2012 os preços subiram 5,84%-acima das expectativas do mercado, e, para o terceiro ano consecutivo, perto do teto da faixa (2,5-6,5%) direcionados pelo Banco Central.
Na verdade, a figura manchete subestima as pressões inflacionárias. Se o governo federal não tinha tampado preços da gasolina, congelados e municípios de transporte público tarifas antes das eleições locais de outubro, o número do ano passado, teria sido mais próximo de 6,5%. Em 2013, ambos os preços tendem a subir. O fim de um feriado vendas de impostos para os carros vai impulsionar a inflação, também. A maioria dos analistas acha que agora que a inflação será de cerca de 6% este ano. Semana após semana, eles estão revisando para baixo suas previsões para o crescimento econômico em 2013, agora em cerca de 3%.
A resposta do governo para a má notícia alimentou temores de que o Brasil pode estar em um longo período de inflação alta e crescimento baixo. Picado pela crítica, Dilma Rousseff, o presidente, ressaltou que o Brasil ainda está crescendo mais rápido do que a Europa. Isso é verdade, mas dificilmente uma comparação muito ilustre: a maioria das outras economias emergentes, incluindo a América Latina, estão fazendo muito melhor.
A falsificação da meta fiscal desapontada, mas não surpresa. Em 2010, ele só foi encontrado por um troca de títulos complicado entre o Tesouro ea Petrobras, a companhia estatal de petróleo, que magicamente adicionado 0,9% do PIB para o superávit. Brasil provavelmente poderia executar um menor superávit primário, sem arriscar a sua reputação duramente conquistada para a sobriedade fiscal. Mas mudar o alvo seria uma maneira melhor de fazer isso do que recorrer à contabilidade criativa.
Mais preocupante são os planos para enfraquecer a Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000, que completou o trabalho de limpar a bagunça deixada para trás por décadas de inflação alta. Se o Congresso concorda, como parece provável, o governo federal vai ser capaz de cortar impostos sem ter que dizer, como agora, como vai compensar a queda de receita.
Isto sugere que, com uma eleição presidencial com vencimento em 2014, as autoridades vão fazer o que for preciso para atender a sua previsão de crescimento de 4% este ano. Estímulo adicional pode vir em parte na forma de créditos de doação ainda mais dos bancos estaduais. Mas a política já é muito frouxa. Taxa do Banco Central de juros de referência é inferior a 1,5% em termos reais. Qualquer estímulo adicional é mais provável para empurrar para cima a inflação do que o crescimento, acredita Carlos Langoni, ex-governador do Banco Central. "O problema é estrutural: a falta de competitividade", diz ele.
O governo tem tentado resolver isso, mas com medidas fragmentadas. É o corte de impostos da folha de pagamento. Mas, apesar de mais lento crescimento, o desemprego nas seis maiores cidades é apenas de 4,9%. Empregadores têm pendurado aos trabalhadores em excesso, em parte porque demiti-los é caro. O mercado de trabalho apertado fez com que os cortes fiscais transpostos para salários mais elevados, em vez de reduzir os custos para as empresas, diz Ilan Goldfajn do Itaú BBA, banco de investimento. Sem crescimento mais rápido, como entesouramento do trabalho não pode durar indefinidamente.
A fonte mais provável de otimismo empresarial é uma rodada de sucesso dos leilões de infra-estrutura, prevista para ainda este ano. Isso mostra que o governo é sério sobre a luta contra gargalos e não muito apegada a suas formas estatais para oferecer aos investidores uma taxa de retorno atraente.
Mesmo assim, parece que 2013 vai subir. Uma complicação adicional é que a seca do ano passado está ameaçando a geração de eletricidade em usinas hidrelétricas grandes do Brasil. Gás e petróleo, usinas normalmente ligado apenas na estação seca, estão a funcionar a pleno vapor. Os reservatórios última vez caiu esta baixa, em 2000, o racionamento de energia elétrica se seguiu.
Chuva pode ainda vir para o resgate. Mas se isso não acontecer? O governo está a avançar com grandes cortes nas tarifas de eletricidade, prometido no ano passado, mesmo com os reservatórios foram diminuindo. Preços de energia mais baixos são uma grande parte de seus planos para melhorar a competitividade industrial, e são politicamente popular. Mas em arar pode ser caro demais. Gás é muito mais cara do que energia hidrelétrica (em parte porque o governo tem desencorajado o setor privado de olhar para ele). Se corta tarifas, o governo terá de pagar a diferença. E por estimular a procura, eletricidade mais barata trará o risco de racionamento um pouco mais perto. Dilma não é uma pessoa abertamente religioso. Mas ela pode estar orando por chuva.
A partir da edição impressa: As Américas
http://www.economist.com/news/americas/21569706-more-inflation-less-growth-wrong-numbers
Lula recebe 'Algemas de Ouro'
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foi premiado com o troféu “Algemas de Ouro”, na tarde de ontem (20), no Rio de Janeiro. A premiação, organizada pelo Movimento 31 de Julho, elegeu os políticos mais corruptos de 2012, através de uma votação pelas redes sociais. Em segundo lugar ficou o senador cassado Demóstenes Torres, com 21,8% dos votos e em terceiro, o governador do Rio, Sérgio Cabral, com 4,6%. O ex-governador e deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) ficou em quarto, com 2,5% dos votos e recebeu uma "menção honrosa".
Cid faz festa
no Ceará sob
calamidade pública
Com 174 dos 184 municípios cearenses em estado de calamidade pública, na pior seca dos últimos 70 anos, o governador Cid Gomes (PSB) inaugurou ontem um hospital em Sobral, sua cidade, com show de Ivete Sangalo. Somente ela recebeu dos cofres públicos um cachê de R$ 650 mil. Técnicos do setor avaliam que o dinheiro seria suficiente para levar água a pelo menos três municípios de pequeno porte.
Somando o cachê de Ivete Sangalo às despesas de produção, o custo da festa de Cid Gomes pode haver superado R$ 1 milhão.
Desde que alberguemos uma única vez o mal, este não volta a dar-se ao trabalho de pedir que lhe concedamos a nossa confiança.
Franz Kafka
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O fraco desempenho de economia em 2012 levou o governo a procurar o setor bancário para pedir mais ousadia na oferta de crédito no país. Na avaliação da equipe econômica, embora tenham feito reduções em suas taxas de juros ao longo do ano passado, os bancos foram muito conservadores na concessão de financiamentos tanto para pessoas físicas quanto para empresas e acabaram contribuindo para o baixo crescimento.
Por isso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem conversado frequentemente com presidentes de bancos privados como Itaú e Bradesco. No plano para turbinar a atividade, Caixa e Banco do Brasil também já se preparam para novas reduções de taxas e ampliação de linhas de crédito.
A equipe econômica considera ainda que todo o movimento de corte de juros não foi feito e que tanto empresários quanto consumidores podem se beneficiar de uma nova rodada de redução das taxas.
O ministro defende que a inadimplência - um dos principais argumentos das instituições privadas para manter a postura conservadora no crédito - se estabilizou no país. Segundo dados do Banco Central (BC), esse indicador encerrou novembro em 5,84%, sendo que ele estava em 5,93% em outubro e 5,88% em setembro. No caso das pessoas jurídicas, o percentual está em 4,08%; e das pessoas físicas, em 7,8%. Mantega também tem pedido que instituições públicas, como Caixa e Banco do Brasil, continuem na estratégia de baixar taxas e ampliar o crédito.
Dilma se reúne com banqueiros
A presidente Dilma Rousseff também entrou diretamente na conversa. Tanto que recentemente recebeu o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, no Palácio do Planalto para uma longa conversa. Dias após o encontro, o Bradesco anunciou uma ampliação em 20% do volume total de recursos de crédito pré-aprovado para pessoas físicas, que passou de R$ 68 bilhões para R$ 81 bilhões. Dilma tem recebido outros banqueiros ultimamente.
O ministro da Fazenda também tem dito às instituições financeiras que se eles tivessem sido mais generosas na oferta de crédito, especialmente para financiar os investimentos do setor privado em infraestrutura, o desempenho da economia poderia ter sido melhor no ano passado.
A previsão inicial do governo para 2012 era que o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) poderia crescer 4,5%, mas a taxa chegará a 1% na melhor das hipóteses. Dados do Banco Central mostram que o crédito para a indústria ficou praticamente estável em 2012, começando o ano em 9,9% do PIB e terminando pouco acima de 10%.
Mantega também tem dito aos executivos que os balanços dos bancos públicos vão mostrar bons resultados, mesmo com a redução feita no spread (diferença entre a taxa que o banco paga para captar o dinheiro e a que cobra para emprestá-lo ao consumidor), graças ao aumento de participação dessas instituições no mercado brasileiro.
Além de contar com o aumento do crédito, o governo já age em outras frentes para fazer a economia deslanchar. Nos planos está a ampliação da desoneração da folha de pagamentos para todos os setores da economia.
Para garantir que os gastos públicos em investimentos aumentem sem riscos para o equilíbrio fiscal, a equipe econômica já discute fazer alterações na meta de superávit primário, fixada em 3,1% do PIB. Entre as alternativas, está reduzir oficialmente a meta para um percentual próximo a 2% ou ampliar o volume de gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que o governo pode abater do superávit primário.
Martha Beck O Globo
O fraco desempenho de economia em 2012 levou o governo a procurar o setor bancário para pedir mais ousadia na oferta de crédito no país. Na avaliação da equipe econômica, embora tenham feito reduções em suas taxas de juros ao longo do ano passado, os bancos foram muito conservadores na concessão de financiamentos tanto para pessoas físicas quanto para empresas e acabaram contribuindo para o baixo crescimento.
Por isso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem conversado frequentemente com presidentes de bancos privados como Itaú e Bradesco. No plano para turbinar a atividade, Caixa e Banco do Brasil também já se preparam para novas reduções de taxas e ampliação de linhas de crédito.
A equipe econômica considera ainda que todo o movimento de corte de juros não foi feito e que tanto empresários quanto consumidores podem se beneficiar de uma nova rodada de redução das taxas.
O ministro defende que a inadimplência - um dos principais argumentos das instituições privadas para manter a postura conservadora no crédito - se estabilizou no país. Segundo dados do Banco Central (BC), esse indicador encerrou novembro em 5,84%, sendo que ele estava em 5,93% em outubro e 5,88% em setembro. No caso das pessoas jurídicas, o percentual está em 4,08%; e das pessoas físicas, em 7,8%. Mantega também tem pedido que instituições públicas, como Caixa e Banco do Brasil, continuem na estratégia de baixar taxas e ampliar o crédito.
Dilma se reúne com banqueiros
A presidente Dilma Rousseff também entrou diretamente na conversa. Tanto que recentemente recebeu o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, no Palácio do Planalto para uma longa conversa. Dias após o encontro, o Bradesco anunciou uma ampliação em 20% do volume total de recursos de crédito pré-aprovado para pessoas físicas, que passou de R$ 68 bilhões para R$ 81 bilhões. Dilma tem recebido outros banqueiros ultimamente.
O ministro da Fazenda também tem dito às instituições financeiras que se eles tivessem sido mais generosas na oferta de crédito, especialmente para financiar os investimentos do setor privado em infraestrutura, o desempenho da economia poderia ter sido melhor no ano passado.
A previsão inicial do governo para 2012 era que o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) poderia crescer 4,5%, mas a taxa chegará a 1% na melhor das hipóteses. Dados do Banco Central mostram que o crédito para a indústria ficou praticamente estável em 2012, começando o ano em 9,9% do PIB e terminando pouco acima de 10%.
Mantega também tem dito aos executivos que os balanços dos bancos públicos vão mostrar bons resultados, mesmo com a redução feita no spread (diferença entre a taxa que o banco paga para captar o dinheiro e a que cobra para emprestá-lo ao consumidor), graças ao aumento de participação dessas instituições no mercado brasileiro.
Além de contar com o aumento do crédito, o governo já age em outras frentes para fazer a economia deslanchar. Nos planos está a ampliação da desoneração da folha de pagamentos para todos os setores da economia.
Para garantir que os gastos públicos em investimentos aumentem sem riscos para o equilíbrio fiscal, a equipe econômica já discute fazer alterações na meta de superávit primário, fixada em 3,1% do PIB. Entre as alternativas, está reduzir oficialmente a meta para um percentual próximo a 2% ou ampliar o volume de gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que o governo pode abater do superávit primário.
Martha Beck O Globo
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