Financial Times 22/01/13
O “Financial Times” disse que o jeitinho brasileiro chegou ao comando da política econômica.
O jornal britânico se referia à solidariedade entre os companheiros Fernando Haddad e Guido Mantega, num arranjo para que a prefeitura de São Paulo retardasse o aumento nas tarifas de ônibus, ajudando o Ministério da Fazenda a disfarçar a subida da inflação.
A expressão usada pelo “Financial Times” é inadequada. Os britânicos não sabem que esse conceito quase simpático de malandragem brasileira está superado. O profissionalismo do governo popular não mais comporta diminutivos.
No Brasil progressista de hoje, os números dançam conforme a música.
E a maquiagem das contas públicas já se faz a céu aberto: o império do oprimido perdeu a vergonha.
No fechamento do balanço de 2012, por exemplo, os companheiros da tesouraria acharam por bem separar mais 50 bilhões de reais para gastar.
Faz todo o sentido. Este ano as torneiras têm que estar bem abertas, porque ano que vem tem eleição e é preciso irrigar as contas dos aliados em todo esse Brasil grande.
A execução do desfalque no orçamento foi um sucesso.
Entre outras mágicas, o governo popular engendrou uma espécie de “lavagem de dívida” para fabricar superávit. Marcos Valério ficaria encabulado.
O Tesouro Nacional fez injeções de recursos em série no BNDES, que por sua vez derramou financiamentos bilionários nas principais estatais, e estas anteciparam sua distribuição de dividendos, que apareceram como crédito na conta de quem? Dele mesmo, o Tesouro Nacional — o único ente capaz de torrar dinheiro e lucrar com isso.
Ao “Financial Times”, seria preciso esclarecer: isso não é jeitinho, é roubo.
A “contabilidade criativa” — patente requerida pelos mesmos autores dos “recursos não contabilizados” que explicavam o mensalão — não é vista como estelionato porque o brasileiro é um amistoso, um magnânimo, deslumbrado com seu final feliz ao eleger presidente uma mulher inventada por um operário. Não fosse isso, era caso de polícia.
A falsidade ideológica nas contas do governo Dilma rouba do cidadão para dar ao governo. Ao esconder dívidas e “esquentar” gastos abusivos, a Fazenda Nacional fabrica créditos inexistentes — que serão pagos pelos consumidores e contribuintes, como em toda desordem fiscal, através de impostos invisíveis. O mais conhecido deles é a inflação.
Em outras palavras: o jeitinho encontrado pelo companheiro-ministro da Fazenda para maquiar a inflação é um antídoto contra o jeitinho por ele mesmo usado para aumentar a gastança pública.
O maior escândalo não é a orgia administrativa que corrói os fundamentos da estabilidade econômica, tão dificilmente alcançada.
O grande escândalo é a passividade com que o Brasil assiste a isso, numa boa.
Se distrai com polêmicas sobre “pibinho” ou “pibão”, repercute bravatas presidenciais sopradas por marqueteiros, e não reage ao evidente aumento do custo de vida, aos impostos mais altos do mundo que vêm acompanhados, paradoxalmente, por recordes negativos de investimento público. A bandalheira fiscal é abençoada por um silêncio continental. Nem a ditadura conseguiu esse milagre.
No auge da era da informação, o Brasil nunca foi tão ignorante. Acha que as baixas taxas de desemprego — fruto de um ciclo virtuoso propiciado pela organização macroeconômica — são obra de um governo com “sensibilidade social”.
Justamente o governo que está avacalhando a estabilização, estourando a meta de inflação e matando a galinha dos ovos de ouro. Esse Brasil obtuso acha que as classes C e D ascenderam ao consumo porque o que faltava, em 500 anos de história, era um governo bonzinho para inventar umas bolsas e distribuir dinheiro de graça.
Esse mal-entendido pueril gera uma blindagem política invencível.
Os passageiros que assaram no Galeão e no Santos Dumont, no vergonhoso colapso simultâneo de dezembro, são incapazes de relacionar seu calvário ao caso Rosemary — a afilhada de Lula e Dilma que protagonizou o escândalo da Anac, por acaso a agência responsável pela qualidade dos aeroportos.
O governo popular transforma as agências reguladoras em cabides para os companheiros e centrais de negociatas, e o contribuinte sofre com a infraestrutura depenada como se fosse uma catástrofe natural, um efeito do El Niño. Novamente, nem os generais viveram tão imunes à crítica.
Com a longevidade do PT no Planalto, o assalto ao Estado vai se sofisticando. A área econômica, que era indevassável à politicagem, hoje tem a Secretaria do Tesouro devidamente aparelhada — um militante do partido com a chave do cofre. E tome contabilidade criativa.
Definitivamente, o Brasil não aprendeu nada com a lição do mensalão. Os parasitas progressistas estão aí, deitando e rolando (de tão gordos), rumo ao quarto mandato consecutivo.
Não contem para o “Financial Times”, mas a conta vai chegar.
VEJAM A REALIDADE DO NOSSO SISTEMA PORTUÁRIO,
PIRATARIA SUBORNOS ,CORRUPÇÃO E ETC..
Infra-estrutura no Brasil
Pirataria luz do dia
http://www.economist.com/news/americas/21569395-plan-fix-ports-daylight-piracy?fb_action_ids=10200348196535403&fb_action_types=og.likes&fb_ref=scn%2Ffb_ec%2Fdaylight_piracy&fb_source=aggregation&fb_aggregation_id=288381481237582
"RODO comerciantes do mar": é o apelido de companhias de navegação foram agraciado com os pilotos que guiam os navios em portos brasileiros. Suas taxas legais de monopólio e não regulamentada colocá-los entre os mais ricos do país: 150.000 reais (73.500 dólares americanos) por mês, estima associação dos armadores. Não custa o dobro da média da OCDE para importar um contentor para o Brasil, diz o Banco Mundial e, desde que exclui subornos e taxas para intermediários, o número real é certamente maior. Falta de manutenção e investimento adicionar à miséria.
O governo do Brasil despertou para a necessidade urgente de melhorar a infraestrutura do país. Ele está leiloando concessões ferroviárias estrada e aeroporto. No mês passado, acrescentou à lista de portas, prometendo gastar 54.000 milhões de reais para expandir e dragar portos públicos e melhorar o acesso landside ao longo dos próximos cinco anos.
Contratos de operação de terminais portuários que expiraram serão objecto de concurso, em vez de rolou. Contratos vai para quem pode enviar o maior volume no menor preço.Portos privados será capaz de competir com as públicas (apenas as empresas com carga suficiente para merecer uma porta dedicada pode construir seus próprios portos agora). O governo quer suavizar monopólio dos pilotos por formação mais deles.
Corrigindo as portas importa se o Brasil é impulsionar o crescimento anêmico. A agricultura é um dos poucos bits da economia ainda está fazendo bem. Mas altos custos de transporte para as exportações dos agricultores estão a corroer seus lucros.
Infra-estrutura brasileira planos muitas vezes não conseguem sair do papel. Dos 102 projetos orçados em 2010 para o 2014 da Copa do Mundo de futebol, o trabalho em 19 ainda tem que começar. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que 54 bilhões de reais é de 17 vezes o investimento federal em portos ao longo da década passada. Rápida expansão tal estirpe capacidade gerencial do governo.
O setor privado é suposto fazer as coisas em movimento. Mas alguns dos titulares que terão de renascer para os seus contratos estão ameaçando processar. O governo de esquerda é um convertido tarde e relutantes em privatização. Depois de vender participações de 51% em três aeroportos em fevereiro passado, ele ficou com medo e passou o resto do ano sondando operadores estrangeiros para ver se algum iria considerar licitação para ações minoritárias na próxima rodada de leilões. Somente quando ele não encontrou compradores fez decidir continuar a vender o controle acionário.
Um recente estudo da Booz & Company, uma empresa de consultoria, com destaque para a baixa produtividade, a incerteza regulatória e uma estrutura de gestão confuso como grandes barreiras para melhorar portos brasileiros. A CNT afirma que seus membros se queixam tanto sobre tarifas, burocracia e custos trabalhistas como sobre infra-estrutura.Em uma pesquisa de 2010 de cientistas brasileiros, três quartos tinham visto os materiais de pesquisa apreendidos pela alfândega. Uma empresa de remoções adverte pretensos clientes: "As conseqüências de um carregamento que chegam no Brasil com documentação incompleta ou imprecisa são muito terrível de se contemplar." Isso não pode mudar em breve.
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/o-palanqueiro-que-nao-desencarna-do-planalto-resolveu-virar-co-presidente/
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