Os líderes de
oposição ouviram todos os deputados federais,
por meio de questionário
preenchido sob garantia de anonimato
, e constatou o crescimento do apoio
ao impeachment de Dilma.
Há poucas semanas eram 255 os deputados que
apoiavam, agora são 286.
Faltam apenas 22 dos 308 votos necessários para
abrir o processo.
A pesquisa tem anuência, não a participação, do
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O impeachment teve início com questão de ordem
apresentada por Mendonça Filho (DEM-PE),
pedindo esclarecimento do procedimento.
Na quinta (17), os
oposicionistas recebem na Câmara
os juristas Miguel Reale Júnior e Hélio
Bicudo,
para consolidar o pedido de impeachment.
A oposição aguarda nova rodada de pesquisa
de popularidade de Dilma para levar a proposta às ruas e abrir o processo.
A situação de Dilma
piorou com o “pacote” pífio.
O tucano Bruno Araújo (PSDB-PE) observa:
“Ela levou a crise para o Palácio do Planalto”.
Não é verdade que Dilma foi vista, disfarçada,
entre refugiados que tentavam asilo na Europa.
“Os pobres não podem pagar pelos erros dos outros.”
Lula, ex-presidente da República,
na contramão do pacote de redução de gastos.
Ano XI - 16 de setembro de 2015
Lula contra
O ex-presidente Lula é totalmente contra o pacote de redução de gastos,
aumento de impostos e volta da CPMF. Acha que o Congresso
irá rejeitar quase tudo, especialmente diante das eleições do ano que vem.
E insiste numa guinada à esquerda na economia, aumentando incentivos para o consumo.
Só não fala de onde tirar o dinheiro. No começo do segundo governo de Dilma,
defendeu a ida para a Fazenda de um nome do tipo Joaquim Levy.
No primeiro mandato dele, o ex-presidente também aplicou rigoroso ajuste fiscal,
diante de um mercado desconfiado com a chegada dos petistas ao governo.
Lula, segundo os analistas, quer ficar bem na foto junto às suas bases, de olho em 2018.
Caravana encalhada
Manifestando sua contrariedade diante do pacote,
Lula tenta criar novo ânimo entre militantes e eleitores do PT
que parecem esperar um sinal do ex-presidente, uma espécie
de grito de guerra que significará o rompimento com Dilma.
Maus resultados tiveram as manifestações
de 20 de agosto e o Grito dos Excluídos.
Essa retração da militância tem feito Lula não dar a largada
em sua anunciada caravana.
Só que acha que o período de cautela e apreensão deve acabar.
Ninguém sabe
Os ministros chegados a Dilma e igualmente caciques da oposição
não conseguem chegar a uma conclusão de assunto muito debatido.
É o que faria Lula no caso de um impeachment de Dilma Rousseff.
Muitos chegavam a apostar que ele poderia sair às ruas,
com o pessoal dos movimentos sociais, em grandes manifestações:
só que esse contingente anda escasso.
Outros preferem imaginar que ele poderia tentar fazer
um acordo com Michel Temer, caso o vice assumisse, com o PT
participando de um novo governo. Essa alternativa significaria
criticar o que Dilma não conseguiu fazer até agora, antecedida por um mea culpa.
Encolhendo
Malgrado duas manifestações contraditórias sobre o Minha Casa,
Minha Vida, desde o começo deste ano, o programa já perdeu
quase R$ 4 bilhões em recursos, se comparados a valores do ano passado.
Entre janeiro e agosto, R$ 10,2 bilhões foram repassados
para viabilizar a aquisição de moradias. No mesmo período de 2014,
o montante já atingira R$ 14,2 bilhões.
A diferença apresenta uma redução de 28,2% de um ano para outro.
Novo protesto
A Frente Popular Brasil (CUT, CTB, MST e UNE)
marcou para 5 de outubro um Dia Nacional da Mobilização.
Quer defender o mandato da presidente Dilma,
mas também protestar contra o ajuste fiscal.
E defenderá ainda os direitos dos trabalhadores e políticas sociais.
Ou seja: tudo o que está sendo feito pela mesma
Chefe de Governo que seus integrantes querem preservar.
Corte de ministérios
O próximo passo a ser dado pelo governo será
o anúncio da extinção de dez ministérios. O Planalto tem encontrado
muita dificuldade para atingir esse número. O fim de algumas secretarias,
que seriam incorporadas a ministérios, significaria pouco
em volume de despesas porque o orçamento delas, já neste ano, é pequeno.
O lado mais complicado seria mandar para casa aliados ou indicados
por nomes fortes da política. Uma das grandes preocupações
é a reação de Jader Barbalho se seu filho Helder perder a Secretaria da Pesca.
Cargos de confiança
Nessa reforma administrativa, o Planalto objetiva diminuir
gastos e deve cortar mil cargos de confiança
. Só na Presidencia da República existem quase sete mil cargos,
funções de confiança e gratificações. Esses cargos representam
14% dos 18 mil funcionários na Pasta. Outros 1.653 estão lotados
na Advocacia-Geral da União, que passou a ser contabilizada
dentro do Órgão a partir deste ano. Ao todo, a AGU
possui 9,1 mil servidores, que representam 50% do contingente total da PR.
Não passa
Em nova reunião da coordenação política do Planalto,
na qual os cortes foram detalhados, os ministros deixaram
transparecer que não acreditam na aprovação
de várias propostas pelo Congresso. Acham que proposta
de emenda constitucional (PEC), projeto de lei e até mesmo medida provisória,
nos dias atuais, não conseguem passar pelos congressistas.
No caso do pacote, a maioria é contra as medidas propostas.
Dose de humor
Entre os blogs de humor,
alguns ironizavam que o vice
Michel Temer
teve de ir até Moscou para combinar o aumento de impostos
com os russos,
porque no Congresso não vai dar.
Outros batizavam os
ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa
como Os Irmãos Cara-de-Pau.
E tinha os que garantiam que Dilma vai vender suas duas bicicletas
para “cortar na carne” as despesas.
Frase de efeito
A frase, que provocou risos numa roda de ministros,
A frase, que provocou risos numa roda de ministros,
é
atribuída ao titular do Desenvolvimento, Armando Monteiro (PTB-PE):
“Se a popularidade da presidente continuar caindo,
ela vai ter que sacar
no cheque especial”. Ele nega, claro.
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