quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Operador do PT, indicado por Zé Dirceu, recebia propina dentro da Petrobras.
recebia propina
dentro da sede da estatal, segundo declarações de Pedro Barusco,
que era
gerente dessa mesma área. Barusco disse no acordo de delação
premiada
que fez com procuradores da Operação Lava Jato que
ele próprio entregou
recursos de suborno a Duque dentro da estatal.
O ex-gerente afirma que ele recebeu por Duque cerca de US$ 40 milhões
entre 2003 e o fim de 2011 em contas no exterior. Barusco
relata que
também recebia propinas em reais, pagas mensalmente
entre 2005 e 2011,
em valores que somam entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões.
Ainda de
acordo com Barusco, os montantes em reais eram entregues
a Duque dentro
da diretoria de Serviços.
O ex-diretor de Serviços foi indicado ao cargo pelo ex-ministro
José
Dirceu e ocupou o posto entre 2003 e 2011, nos governos de Lula
e de
Dilma Rousseff. Duque negou em inúmeras ocasiões que José Dirceu
tenha
sido o seu padrinho na estatal.
O delator conta que havia vários caminhos para que o suborno
chegasse
aos diretores da Petrobras. Segundo ele, um dos operadores do suborno,
Shinko Nakandakari, "entregava pessoalmente o dinheiro em euros,
reais
ou dólares, sempre na quantia correspondente a aproximadamente
R$ 100
mil, normalmente nos hotéis Everest, Softel e Caesar Park,
onde tomavam
um drink ou jantavam".
Ainda segundo ele, Shinko entregava a propina em nome de Galvão
Engenharia,
EIT e Contreiras. O delator afirmou que ia na casa de outro
repassador de suborno,
Mario
Goes, para pegar "umas mochilas com valores",
que variavam de R$ 300 mil
a R$ 400 mil. Goes,
afirmou, pagava propina em nome as seguintes
empresas:
UTC, MPE, OAS, Mendes Junior, Andrade Gutierrez, Schain,
Carioca e Bueno Engenharia.
CAIXA
Barusco disse que guardava o dinheiro em uma caixa em sua casa,
"que era
usado para pagamento de despesas pessoais
e para fazer repasses a
Renato Duque".
De acordo com
o ex-gerente, até presidentes de empreiteiras faziam
pagamento de suborno sem usar intermediários.
Ele cita o ex-presidente
da Queiroz Galvão, Ildefonso Collares
(que deixou o cargo há dois anos),
como um dos "agia diretamente como operador no pagamento de propinas".
O
dono da GDK, César Oliveira,
também agia dessa forma, ainda de acordo
com Barusco.
Em 2005, a apuração sobre o mensalão descobriu que a GDK
dera um jipe
Land Rover, avaliado à época em cerca de R$ 70 mil,
a Silvio Pereira,
secretário-geral do PT naquela época.
A empresa passa por dificuldades
econômicas
e está em recuperação judicial desde 2013.
PRISÃO E LIBERDADE
Duque foi preso por ordem do juiz federal Sergio Moro
e solto por
decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal,
em 3 de
dezembro do ano passado. Ele havia sido preso 19 dias antes
, em 14 de
novembro. Segundo o ministro, não havia nenhum
fato concreto que justificasse a
prisão de Duque.
O fato de o ex-diretor da Petrobras ter contas ilegais
no exterior não eram motivo suficiente para ficar detido, de acordo com o
ministro.
Na última semana sexta-feira (30),
o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot,
deu um parecer favorável para que Duque seja preso
novamente.
O parecer com o novo pedido de prisão foi enviado ao ministro
Teori Zavascki, responsável por julgar no Supremo as questões da Lava Jato.
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