A inimiga número 1 da ditadura amiga do PT jamais será perdoada por ter chamado Chávez de ladrão em sua frente. Dilma se cala diante da perseguição de Maduro a María Corina, enquanto o mundo se solidariza com a ex-deputada
A inimiga número 1 da ditadura venezuelana parceira do PT no Foro de São Paulo
é a ex-deputada María Corina Machado, indiciada oficialmente por “conspiração”
com o objetivo de matar o ditador Nicolás Maduro.
Assista ao vídeo legendado de apenas 2 minutos, transcrito abaixo,
com o pronunciamento da opositora que, em visita ao Brasil em abril deste ano,
chamou o governo Dilma de cúmplice da repressão na Venezuela (aqui),
enquanto militantes fascistoides de esquerda a chamavam de “golpista” (aqui).
A gravação abaixo foi feita pouco antes de Corina prestar depoimento
à Justiça no dia 3 de dezembro. Volto em seguida
.Você e eu sabemos o que está acontecendo na Venezuela.
Nosso país está desmoronando. É um caos total.
E aqueles que se agarram ao poder e são responsáveis por esta situação
decidiram reagir reprimindo, perseguindo, e tentam calar as vozes de todos:
dos sindicalistas, jornalistas, tuiteiros, prefeitos, defensores de direitos humanos;
todos nós que lutamos pela verdade.
É isso que hoje me cobram. Acusam-me de um crime monstruoso
que todos na Venezuela e no mundo sabem que é uma grande farsa.
Cobram-me porque chamo as coisas por seus nomes;
porque digo a Maduro todos os dias que tem que renunciar;
porque não aceito a negociação nem a conformação do Conselho Nacional Eleitoral.
Cobram-me porque denunciamos a corrupção e o ultraje
, porque acompanhamos os estudantes e os trabalhadores
em seus protestos e em suas denúncias.
Cobram-me porque estamos organizando uma plataforma
cidadã formidável no Congresso Cidadão para acumular
e vincular todas as forças espirituais e reais para levar adiante
a transição à democracia urgente e em paz.
Muitos me perguntam por que vou me entregar.
Vou-lhes responder aquilo que disse a meus próprios filhos
quando eles me fizeram o mesmo questionamento: eu não vou me entregar.
Vou-me apresentar para defender a verdade.
Qual é a opção? Fugir, calar, hesitar? Nossa única opção é lutar.
É enfrentar a mentira com a verdade, porque a verdade sempre se impõe.
Esses regimes ditatoriais têm como arma para permanecer no poder
o medo que semeiam nos cidadãos, por isso nesta hora devemos ter consciência de que na Venezuela as pessoas estão se rebelando. Somos uma enorme maioria
que quer uma mudança profunda. Nos povos existem as dores, a angústia, mas também os sonhos e as convicções democráticas.
Por isso é hora de lutar e avançar. A mensagem para todos nesta hora é: levante-se porque vamos conseguir.
Retomo.
María Corina Machado, como já relatei aqui, sofreu na pele com os parceiros do PT na Venezuela. No dia 30 de abril de 2013, a parlamentar chavista Nancy Ascencio quebrou a chutes o nariz da deputada enquanto esta estava caída na Assembleia Nacional. Este vídeomostra o momento da agressão e o cinismo da agressora. Este outro, a pancadaria geral na Assembleia. A foto ao lado mostra como ficou Corina, que teve de se submeter a uma cirurgia dois dias depois do episódio. Em março de 2014, ela teve seu mandato cassado depois de denunciar a repressão do governo contra manifestantes, inclusive declinando os nomes e exibindo as fotografias das vítimas fatais das tropas e milícias chavistas nos protestos pelo país (os quais este blog cobriu praticamente em tempo real). O vídeo está aqui.
Mas o motivo pelo qual Corina jamais será perdoada, repito, é mais antigo.
Em janeiro de 2012,os parlamentares ouviam o discurso de “Memoria y Cuenta” do ditador Hugo Chávez, quando de repente a deputada se levantou e o interrompeu: “Estamos há oito horas ouvindo você descreverum país
muito distante deste que todas as mulheres e mães venezuelanas estamos sentindo (…).
Como você pode falar que respeita o setor privado na Venezuela quando vem se dedicando a expropriar, que é roubar; quando vem se dedicando a insultar?”, questionou Corina diante de um Chávez que não pôde disfarçar sua irritação e, sem argumento, pediu a ela primeiro que subisse de “ranking” para poder debater com ele. Assista a este exemplo de coragem de uma mulher que deveria inspirar a oposição brasileira – ou continuar inspirando, já que agora Aécio Neves e outros tantos começaram a chamar as coisas pelo nome, como por exemplo “organização criminosa”:
Você acha mesmo que chavistas do naipe de Maduro vão esquecer esta cena?
Não dá! Então é preciso inventar, manipular, denunciar complôs com os “imperialistas” de sempre, acusar de crimes jamais planejados muito menos cometidos,
mas que podem render até 16 anos de prisão
. A acusação agora é de conspirar pelo magnicídio,
que é o assassinato de uma pessoa importante,
geralmente uma figura política, tendo o assassino a intenção
de provocar uma crise política ou eliminar um adversário
considerado um obstáculo para realizar seus planos ideológicos ou políticos
. Neste vídeo, o advogado de Corina diz que o processo
foi manipulado desde o começo e é totalmente “fantasioso”:
“É como se estivéssemos defendendo Maria Corina Machado
de uma acusação de sua participação na Segunda Guerra Mundial.”
E onde está Dilma numa hora dessa? Onde está a presidente que fez campanha falando de violência contra a mulher? Onde estão as feministas? Até um ativista estudantil das causas LGBT está preso, como se vê na imagem ao lado. Onde está Jean Wyllys? Onde está Jandira Feghali? Onde estão os membros do PSOL e do PCdoB que se dizem “defensores dos direitos humanos”, mas apoiam Maduro?
A cumplicidade do governo petista brasileiro e de suas e de suas “linhas auxiliares” com a perseguição a Corina continua, enquanto o resto do mundo manda mensagens de apoio à ex-deputada, criticando os abusos chavistas de poder.
Aécio tinha razão ao dizer para Dilma em debate: “Que triste um país onde o presidente da República é que determina quem seja investigado. Isso pode funcionar em algumas ditaduras amigas do seu governo, não no Brasil.”
E funciona mesmo, como se vê. “Na verdade, quem investiga são as instituições, candidata.”
Estados Unidos:
“As acusações contra (María Corina) Machado elevam mais uma vez nossa preocupação
sobre o uso arbitrário do Poder Judiciário na Venezuela para silenciar
e punir os críticos do governo”, disse em comunicado de quarta-feira a porta-voz adjunta do Departamento de Estado dos EUA, Marie Harf.
“Estamos profundamente preocupados pelo que parece ser um esforço contínuo do governo da Venezuela para intimidar seus opositores políticos através do abuso do processo legal. Continuamos pedindo que o governo da Venezuela respeite os direitos de assembleia e associação pacífica e liberte os presos políticos, entre eles dezenas de estudantes e os líderes opositores Leopoldo López, Daniel Ceballos e Enzo Scarano”, acrescentou Harf.
O líder democrata na Câmara, Whip Steny H. Hoyer, também divulgou
nota;
e o senador republicano Marco Rubio
enviou mensagem de apoio a Corina contra o que chamou de “injustiça absurda”:
FONTE:
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