março 09, 2015
O Caçador de Mitos : Quatro afirmações do pronunciamento DA DESAVERGONHADA que o próprio governo desmente
Dilma disse em seu pronunciamento na TV
que “as conversas em casa e no trabalho precisam ser completadas por
dados que nem sempre estão ao alcance de todas e de todos”.
É verdade – o
problema é que dados e estatísticas
do próprio governo derrubam boa
parte das afirmações da presidente.
Veja aqui quatro exemplos:
1) “Realizamos elevadas reduções de impostos para estimular a economia e garantir empregos.”
Dilma anunciou desonerações e redução
temporária de impostos em seu primeiro mandato. Mas a arrecadação total
aumentou durante seu primeiro mandato. Segundo a própria Receita
Federal, a carga tributária de 2014 o Brasil foi a maior da história –
35,95% do PIB. O recorde anterior era a de 2012 (35,86% do PIB).
2) “Ampliamos os investimentos públicos para dinamizar setores econômicos estratégicos.”
Segundo o próprio Ministério da Fazenda, a taxa de investimento público entre 2010 e 2013 ficou estável em 2,7% do PIB (somando investimentos do governo federal e das estatais).
3) “Queremos
e sabemos como fazer isso, distribuindo os esforços de maneira justa e
suportável para todos. Como sempre, protegendo de forma especial as
classes trabalhadoras, as classes médias e os setores mais vulneráveis.”
Dilma vetou a correção de 6,5% da tabela
do Imposto de Renda e propôs uma correção menor, de 4,5%, que não cobre a
inflação de 2014. Desde 1996, a defasagem da correção da tabela do IR
já é de 64,33%. Isso significa que, a cada ano, o Imposto de Renda
avança sobre classes trabalhadoras mais pobres (e vulneráveis).
4) “Nosso
povo está protegido naquilo que é mais importante: sua capacidade de
produzir, ganhar sua renda e de proteger sua família.”
Segundo o IBGE, o
crescimento das despesas de consumo das famílias é o menor desde 2003. E
a produtividade do trabalhador brasileiro – sua capacidade de produzir
num determinado período – está travada há décadas. Entre 2002 e 2012, a
produtividade do trabalhador brasileiro cresceu em média 0,67% ao ano,
enquanto a da Coreia do Sul subiu 6,7% ao ano e a dos Estados Unidos,
4,4%.
Leandro Narloch/VEJA
O Caçador de Mitos
Quatro afirmações do pronunciamento de Dilma que o próprio governo desmente
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