Vereadores querem abrir CPI contra João Coser
Objetivo é investigar a instalação da sede da Petrobras
A
partir da informação de que a Prefeitura de Vitória deu início a uma
Auditoria Interna Extraordinária para analisar a condução do processo de
instalação da nova sede da Petrobras, na Reta da Penha, vereadores de
partidos que fazem oposição ao PT no plano nacional já cogitam a
abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de
Vitória.
Conforme noticiado ontem,
com exclusividade, pela coluna Praça Oito,
a
auditoria tramita sigilosamente na prefeitura e tem por alvo as
permissões, alvarás e licenças concedidas pela Secretaria de
Desenvolvimento da Cidade, durante o segundo mandato do ex-prefeito João
Coser (2009-2012),
para viabilização do empreendimento –
um dos
investigados na Operação Lava a Jato
por suspeitas de superfaturamento e
pagamento de propinas.
A hipótese de propor a CPI foi confirmada ontem pelo vereador Luiz
Emanuel (PSDB),
autor de um requerimento de informações à prefeitura
acerca do mesmo caso,
protocolado em novembro passado e ainda sem
resposta.
Na sessão de ontem, o tucano se queixou da demora, mas aprovou
a iniciativa da gestão do prefeito Luciano Rezende (PPS).
Luiz Emanuel explicou que fez o requerimento a pedido da bancada
federal do PSDB,
para que as informações possam alimentar a CPI da
Petrobras na Câmara Federal.
De posse dos dados, ele os encaminhará à
bancada por intermédio do deputado federal Max Filho (PSDB). Dependendo
do teor, o vereador acredita que Coser
e ex-secretários possam ser
convocados a depor em Brasília.
Em paralelo, cogita protocolar
requerimento de criação de CPI
específica na Câmara de Vitória.
Para isso, ele precisa de cinco assinaturas, as quais crê conseguir
reunir.
Duas delas viriam da bancada do PPS (Fabrício Gandini e Vinicius
Simões).
“Seria uma honra participar dessa CPI”, disse o segundo.
Membro do PCdoB, aliado do PT nacional, o presidente da Casa, Namy
Chequer,
fez a defesa mais enfática de Coser. “Luiz Emanuel é suspeito.
Como bom tucano, quer bater em Coser e na Petrobras.
Não acredito que a
estatal tenha corrompido a prefeitura. Não existe isso.”
Ex-prefeito diz que processo foi todo legal
Diante da notícia de que a Prefeitura de Vitória abriu uma auditoria
para investigar a aprovação do projeto de instalação da sede da
Petrobras,
o ex-prefeito João Coser veio a público informar que todos
os
atos relacionados à condução do referido processo
“se deram obedecendo
aos princípios da legalidade, transparência e impessoalidade”.
Segundo Coser, as permissões, as licenças e os alvarás concedidos
tramitaram observando os prazos legais e foram devidamente analisados
pela equipe técnica da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade,
formada,
em sua maioria, por servidores efetivos.
“Além disso, o projeto para a
construção da sede da Petrobras
foi apresentado à sociedade em
audiências públicas e aprovado pelo Conselho
do Plano Diretor Urbano
(PDU) do município.”
O ex-prefeito ainda destacou que, como medida compensatória ao impacto
da instalação da sede da empresa, a Petrobras cedeu ao município a área
de 15 mil m2
para a implantação do Parque Municipal Chácara Paraíso, na
Praia do Canto
, além de ter repassado R$ 3,6 milhões ao município para
as obras do referido parque e outros recursos para a execução de
melhorias e ampliação viária.
“O ex-prefeito reafirma a lisura de todos os seus atos à frente da
Prefeitura de Vitória
e o seu orgulho por ter administrado a capital do
Estado por oito anos”, conclui a nota.
A defesa do ex-prefeito
Coser
Legalidade
“Todos os atos referentes (ao processo em questão) se deram obedecendo
aos princípios da legalidade, transparência e impessoalidade”, disse o
ex-prefeito, em nota.
Bancada do PT
Desagravo
Um dos dois petistas no plenário da Câmara de Vitória,
o vereador
Reinaldo Bolão disse que toda investigação é válida, mas atenuou:
“Até
que se prove o contrário, não vejo nenhuma irregularidade”.
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