Empresa fecha as portas e deixa trabalhadores sem salários
01 de Setembro de 2014 às 20:02 por Leone Oliveira (leone@eshoje.com.br)
Devido à falta de pagamento, funcionários da empresa metalúrgica, Inbrac S/A Condutores Elétricos,
com sede no pólo industrial Civit I,
na Serra, têm atravessado sérios problemas financeiros.
Em julho, a empresa decretou falência e não paga salários aos funcionários há cinco meses. Agora, trabalhadores, sindicato e empresa travam uma batalha judicial.
Enquanto a disputa se arrasta na Justiça, alguns funcionários passam por dificuldades financeiras, tendo que receber a ajuda de amigos e outros familiares, uma vez que a empresa, até o momento, não deu baixa nas carteiras de trabalho, o que os impede de buscar um novo posto de trabalho.
Além disso, os trabalhadores convivem com a falta de informações.
Em 28 de julho deste ano, foi publicado o edital de falência da Inbrac. No documento, a empresa se diz devedora do montante de alegando ser credora da requerida na importância de R$ 15.246.447,86.
No entanto, a empresa não avisou oficialmente seus funcionários.
“Em momento nenhum, a empresa chamou o pessoal para negociar”, disse Marcos Trindade, que trabalha na metalúrgica há quase 20 anos e é diretor do Sindicato dos Metalúrgicos (Sindimetal-ES).
“O que a gente está sabendo é o que vimos na internet”,
contou o encarregado de produção, Walmir Mangabeira, que há 23 anos trabalha na Inbrac e disse que durante esse tempo nunca passou por essa situação de atraso de salários.
Pelo que ficou sabendo, Mangabeira acredita que a condenação da empresa em um processo por sonegação de impostos trabalhistas e do Governo abalou financeiramente a Inbrac.
Segundo Trindade, boa parte do quadro de funcionários da empresa é formada por trabalhadores com bastante tempo de casa.
Os mais novos têm, em média, cinco anos de empresa.
Por essa razão, O diretor do Sindimetal classifica a atitude da empresa como falta de respeito com seus empregados.
Trabalhadores entram na Justiça contra empresa
Cansados de esperar por posição da Inbrac, os trabalhadores procuraram o sindicato da categoria e decidiram entrar com processo na Justiça do Trabalho contra a empresa. De acordo com Trindade, os funcionários tentaram ingressar com uma ação coletiva, porém o juiz pediu o arquivamento do processo. “No entendimento dele, um trabalhador não pode opinar no pensamento do outro e mandou entrar com processos individuais”, explicou.
Alguns trabalhadores entraram com ações individuais, por meio do advogado do sindicato, enquanto que outros contrataram advogados particulares para cuidar do processo. A ação é para que os trabalhadores tenham liberados o fundo de garantia e o seguro desemprego.
O advogado trabalhista e previdenciário, Geraldo Benício, representa cerca de 40 funcionários que movem ações contra a Inbrac. Ele explica que entrou com uma ação coletiva para nove funcionários, por se tratar de um pedido diferenciado e outras 30 ações individuais.
As audiências do processo começam a partir de setembro. Segundo Benício, desde a primeira quinzena de abril de 2014, os funcionários estão sem salários. Além disso, a empresa não deposita o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) há mais de um ano e não recolhe o INSS dos trabalhadores desde janeiro deste ano.
Por conta desta última irregularidade, o advogado denunciou a Inbrac ao Ministério Público Federal (MPF), pelo crime de apropriação indébita, já que no contracheque dos trabalhadores a contribuição era descontada sem haver realmente o recolhimento. Benício e seus representados aguardam pela reposta dos magistrados do MPF a essa denúncia.
A Inbrac foi procurada para se posicionar sobre o assunto. A equipe de reportagem entrou em contato com o escritório da matriz da empresa, sediado em Diadema, São Paulo, mas até o fechamento não obteve retorno.
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