Implante injetável permitirá regenerar tecidos e recuperar a função das articulações
Material injetável, desenvolvido pela
spin-off da Universidade de Valladolid TPNBT,
iniciará a fase
pré-clínica com financiamento do Genoma Espanha
Cristina G. Pedraz/DICYTA spin-off da Universidade de Valladolid Technical Proteins Nanobiotechnology (TPNBT)
anunciou hoje o início dos testes pré-clínicos para levar
ao mercado um implante injetável em seres humanos para regeneração de tecidos.
Trata-se de um biomaterial de origem protéica que contém
células tronco mesenquimais para regenerar cartilagem
e recuperar o funcionamento total de um articulação,
evitando recorrer à implantação de um prótese.
Os testes pré-clínicos serão financiados com 267.500 euros
por parte do Genoma Espanha e os pesquisadores esperam
que o implante possa estar no mercado dentro de cinco anos.
Em declarações coletadas pelo DiCYT,
o
catedrático de Física da Matéria Condensada José Carlos Rodríguez
Cabello,
gerente da empresa e coordenador do projeto, afirma que se
trata
de um sistema injetável para a regeneração de defeitos
osteocondrais
provocados na cartilagem articular, uma terapia
“que agora
não existe” e permitirá
“uma recuperação funcional completa da
articulação”.
Até agora, quando se produzem estes tipos
de lesões na cartilagem
por conta da idade, como é o caso da artrose,
ou por traumas em pessoas jovens,
o tratamento se foca em uma
intervenção para eliminar a articulação
e colocar uma prótese “com as
complicações associadas
a estes processos e a perda de qualidade de vida
destes pacientes”,
detalha o pesquisador.
A spin-off TPNBT, nascida no seio do
Grupo Bioforge da Universidade de Valladolid,
desenvolveu um implante
injetável baseado em polímeros naturais
de origem protéica. O implante,
líquido na temperatura ambiente,
solidifica-se com a temperatura
corporal ao ser injetado e promove
a regeneração do tecido afetado,
sendo reabsorvido
e recuperando a funcionalidade total da articulação.
Assim, é importante para o paciente por
ser uma intervenção
“minimamente invasiva”, se comparamos a injeção do
implante
com o procedimento cirúrgico agressivo que representa colocar
uma prótese,
ao que se soma a vantagem de recobrar
o funcionamento
habitual da articulação após o período de reabilitação,
o que não
acontece com a prótese.
“Os tempos de recuperação são diferentes, já que
quando
se coloca uma prótese a recuperação é o tempo em que
a ferida se
fecha e a articulação não se regenera, a funcionalidade
não é a mesma,
enquanto com esta terapia, regenerando-se em um par de meses,
a
funcionalidade é completa”, indica.
Êxito em animais
O produto foi testado com êxito em
joelhos de animais,
ainda que também pudesse ser aplicado em outras
articulações,
como o quadril. “Se usamos o implante na área de defeito
torna-se
quase imperceptível. Como o passar do tempo observa-se uma
regeneração
completa do tecido do animal e os estudos microscópicos
revelam que é uma cartilagem normal, o que não se consegue
com outros
procedimentos terapêuticos, inclusive
com os tratamentos mais
avançados”, afirma Rodríguez Cabello.
O pesquisador destaca que estes
resultados promissores
“não podem restringir-se a isso” e que uma
terapia que funciona em animais
“pode chegar aos seres humanos e ajudar
tanto às pessoas idosas com artrose,
quanto aos jovens com lesões nos
joelhos”.
Em relação ao material desenvolvido o
gerente da TPNBT,
que se mudou recentemente ao novo edifício do Parque
Científico,
ressalta que apresenta “diversas propriedades que se
combinam
para chegar a um material ideal”.
O biomaterial está formado
por células tronco mesenquimais de medula óssea
, o que possibilita o
processo de regeneração do tecido.
afirma que tem como objetivo “demonstrar que o material é válido
e que a terapia não tem efeitos colaterais no ser humano”.
Do mesmo modo, será analisada a produção do material
nas condições exigidas pela legislação.
Após esta fase, que contará com a contribuição de 267.500 euros
por parte do Genoma Espanha, serão iniciados os testes clínicos.
“Em um prazo de cinco anos o material poderá estar no mercado”,
afirma o pesquisador, que esteve acompanhado na apresentação
pelo diretor geral do Genoma Espanha, Rafael Camacho; ]
o reitor da Universidade de Valladolid, Marcos Sacristán,
e o vice-reitor de Pesquisa,
José Manuel López
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