sábado, 20 de junho de 2015
Marcelo Odebrecht ameaça derrubar a República:
“Terão de construir mais 3 celas: para mim, Lula e Dilma”.
Desde que o avançar inexorável das investigações da Lava Jato
expôs ao Brasil o desfecho que, cedo ou tarde, certamente viria
, o mercurial empresário Emilio Odebrecht,
patriarca da família
que ergueu a maior empreiteira da América Latina,
começou a ter acessos de raiva.
Nesses episódios, segundo pessoas
próximas do empresário, a raiva –
interpretada como ódio por algumas
delas –
recaía sobre os dois principais líderes do PT:
a presidente Dilma Rousseff
e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A exemplo dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha,
e do Senado, Renan Calheiros,
outros dois poderosos alvos
dos procuradores e delegados da Lava Jato,
Emilio Odebrecht acredita, sem evidências, que o governo do PT
está por
trás das investigações lideradas pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot.
“Se prenderem o Marcelo (Odebrecht, filho de Emilio e atual presidente da empresa),
terão de arrumar mais três celas”,
costuma repetir o patriarca, de
acordo com esses relatos.
“Uma para mim, outra para o Lula e outra ainda
para a Dilma.”
Na manhã da sexta-feira, 19 de junho de 2015, 459 dias
Na manhã da sexta-feira, 19 de junho de 2015, 459 dias
após o início da Operação Lava Jato, prenderam o Marcelo.
Ele estava em sua casa, no Morumbi, em São Paulo,
quando agentes e
delegados da Polícia Federal chegaram
com o mandado de prisão
preventiva, decretada pelo juiz Sergio Moro,
da 13ª
Vara Federal da Justiça Federal do Paraná,
responsável pelas
investigações do petrolão na primeira instância.
Estava na rua a 14ª
fase da Lava Jato, preparada meticulosamente,
há meses, pelos
procuradores e delegados do Paraná, em parceria com a PGR.
Quando ainda
era um plano, chamava-se “Operação Apocalipse”.
Para não assustar tanto, optou-se por batizá-la de Erga Omnes,
expressão em latim, um jargão jurídico usado para expressar
que uma
regra vale para todos – ou seja, que ninguém,
nem mesmo um dos donos da
quinta maior empresa do Brasil,
está acima da lei. Era uma operação
contra a Odebrecht e, também,
contra a Andrade Gutierrez, a segunda maior empreiteira do país.
Eram as empresas, precisamente as maiores e mais poderosas,
que ainda faltavam no cartel do petrolão.
Um cartel que, segundo a força-tarefa da Lava Jato,
fraudou licitações da Petrobras, desviou bilhões da estatal
e pagou propina a executivos da empresa e políticos do PT,
do PMDB e do PP, durante os mandatos de Lula e Dilma.
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