03/06/2015 - 07h59 - Atualizado em 03/06/2015 - 11h37
Autor: Mikaella Campos | mikaella.campos@redegazeta.com.br
Autor: Mikaella Campos | mikaella.campos@redegazeta.com.br
Governo deve R$ 20 milhões a construtoras
que atuam no Minha Casa Minha Vida
Foto: Carlos Alberto Silva
Com atraso, casas do Residencial Rio Doce, em Linhares, estão tomadas pelo mato
A má gestão financeira do governo federal tem colocado
em
xeque as finanças de construtoras que atuam
nas obras do Minha Casa
Minha Vida (MCMV) no Estado.
A
dívida da União com as empresas alcança R$ 20 milhões
e deve atrasar ainda mais obras que já são tocadas em ritmo lento.
Há
empresas sem receber desde novembro passado.
Com foco na construção de
imóveis para a faixa 1 do programa
, três empreiteiras, das quatro que
atuam no setor,
já demitiram mais de dois mil funcionários.
Essas
companhias, juntas, comandam a construção de 7 mil unidades,
que, ao
ser concluídas, vão ser entregues para famílias
com renda mensal de até
R$ 1,6 mil.
Elas planejavam a construção de mais de 10 mil casas
pelas
regras do programa.
Esses planos serão engavetados
por conta da atual
situação econômica do país.
Segundo
os empresários, as obras em andamento
não serão paralisadas, por
enquanto.
Sem dinheiro, porém, as companhias devem reduzir
a velocidade
da construção em até 90%.
Em março, A GAZETA publicou uma série
de reportagens
exclusivas mostrando que das 12.864 unidades
previstas
para a faixa 1 do MCMV, 10.338
unidades estavam com as entregas
atrasadas.
Na ocasião, a Caixa e o Ministério das Cidades
negaram que
houvesse problemas nas obras no Estado.
A construtora AB é um dos
maiores credores da União.
À empresa, o governo deve mais de R$ 15
milhões.
“Até 2013, os pagamentos do governo estavam em dia.
O
descontrole ficou evidente em 2014. Começou com 15 dias de atraso.
Atingiu 60 dias e depois só foi aumentando”,
explica João Giovane
Roncete, sócio da empresa.
A construtora realiza as obras de
1.004 unidades em São Mateus;
1.592, em Linhares; 889, em Aracruz;
além
das obras de 608 apartamentos no bairro Ourimar, na Serra,
e de 1.248
imóveis em Cachoeiro de Itapemirim.
Desde o lançamento do Minha
Casa Minha Vida,
a AB decidiu atuar exclusivamente para atender
ao
programa do governo.
“Neste ano, começamos a realizar outros projetos.
Não podemos ficar mais dependentes.
O risco, se não diversificarmos os
negócios,
é de irmos à falência”, explica.
Outro lado
O Ministério das Cidades e a Caixa foram procurados,
mas não enviaram respostas até o final da edição.
Construtoras pegam empréstimos para pagar salários
Com falta de caixa para continuar as obras e pagar credores,
há
construtoras que estão ficando com o nome sujo na praça.
Outras estão
pegando empréstimos para pagar as contas em dia.
A construtora
Harpa é uma que espera receber
quase R$ 2 milhões do governo. O dono da
construtora,
José Eugênio Meneghelli, explica que além de atraso nos
pagamentos,
as empresas estão ficando endividadas
ao pegar empréstimos
com a Caixa
para pagar funcionários e fornecedores.
“O pior é
que pagamos um juro que não vamos recuperar”
, questiona o empresário que
tem 800 unidades
com obras em fase de finalização em Cariacica,
Vila
Velha, Jaguaré e Colatina.
“Das casas em obras em todo o Estado,
mais de 1,5 mil já deveriam ser habitadas se não fossem
os atrasos nos
pagamentos”, explica Marcelino Fraga,
um dos sócios da Harpa.
O
proprietário da Jocafe, Joaquim Carlos Ferreira,
diz que a empresa teve
títulos protestados.
“Estou demitindo todos os funcionários.
Vou ficar
com apenas 18 pessoas das 30 que tenho”,
afirma o empresário, que chegou
a ter quase 200 funcionários.
Ele explica que parte das obras em
mãos da empresa
teriam sido entregues em agosto do ano passado
se o
governo federal não tivesse demorando a quitar as dívidas.
“O governo me
deve R$ 3 milhões. O que me deixa revoltado é saber que só
R$ 1,9 milhão está faturado. O pior: não existe prazo para os pagamentos”, explica.
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Foto: Carlos Alberto Silva
A má gestão financeira do governo federal tem colocado
Com atraso, casas do Residencial Rio Doce, em Linhares, estão tomadas pelo mato
dívida da União com as empresas alcança R$ 20 milhões
e deve atrasar ainda mais obras que já são tocadas em ritmo lento.
Há empresas sem receber desde novembro passado.
Há empresas sem receber desde novembro passado.
Com foco na construção de
imóveis para a faixa 1 do programa
, três empreiteiras, das quatro que
atuam no setor,
já demitiram mais de dois mil funcionários.
Essas companhias, juntas, comandam a construção de 7 mil unidades,
Essas companhias, juntas, comandam a construção de 7 mil unidades,
que, ao
ser concluídas, vão ser entregues para famílias
com renda mensal de até
R$ 1,6 mil.
Elas planejavam a construção de mais de 10 mil casas
pelas
regras do programa.
Esses planos serão engavetados
por conta da atual
situação econômica do país.
Segundo os empresários, as obras em andamento
não serão paralisadas, por
enquanto.
Sem dinheiro, porém, as companhias devem reduzir
a velocidade
da construção em até 90%.
Em março, A GAZETA publicou uma série de reportagens
Em março, A GAZETA publicou uma série de reportagens
exclusivas mostrando que das 12.864 unidades
previstas
para a faixa 1 do MCMV, 10.338
unidades estavam com as entregas
atrasadas.
Na ocasião, a Caixa e o Ministério das Cidades
negaram que
houvesse problemas nas obras no Estado.
A construtora AB é um dos maiores credores da União.
A construtora AB é um dos maiores credores da União.
À empresa, o governo deve mais de R$ 15
milhões.
“Até 2013, os pagamentos do governo estavam em dia.
O
descontrole ficou evidente em 2014. Começou com 15 dias de atraso.
Atingiu 60 dias e depois só foi aumentando”,
explica João Giovane
Roncete, sócio da empresa.
A construtora realiza as obras de 1.004 unidades em São Mateus;
A construtora realiza as obras de 1.004 unidades em São Mateus;
1.592, em Linhares; 889, em Aracruz;
além
das obras de 608 apartamentos no bairro Ourimar, na Serra,
e de 1.248
imóveis em Cachoeiro de Itapemirim.
Desde o lançamento do Minha Casa Minha Vida,
Desde o lançamento do Minha Casa Minha Vida,
a AB decidiu atuar exclusivamente para atender
ao
programa do governo.
“Neste ano, começamos a realizar outros projetos.
Não podemos ficar mais dependentes.
O risco, se não diversificarmos os
negócios,
é de irmos à falência”, explica.
Outro lado
Outro lado
O Ministério das Cidades e a Caixa foram procurados,
mas não enviaram respostas até o final da edição.
Construtoras pegam empréstimos para pagar salários
Com falta de caixa para continuar as obras e pagar credores,
há
construtoras que estão ficando com o nome sujo na praça.
Outras estão
pegando empréstimos para pagar as contas em dia.
A construtora Harpa é uma que espera receber
A construtora Harpa é uma que espera receber
quase R$ 2 milhões do governo. O dono da
construtora,
José Eugênio Meneghelli, explica que além de atraso nos
pagamentos,
as empresas estão ficando endividadas
ao pegar empréstimos
com a Caixa
para pagar funcionários e fornecedores.
“O pior é que pagamos um juro que não vamos recuperar”
“O pior é que pagamos um juro que não vamos recuperar”
, questiona o empresário que
tem 800 unidades
com obras em fase de finalização em Cariacica,
Vila
Velha, Jaguaré e Colatina.
“Das casas em obras em todo o Estado,
“Das casas em obras em todo o Estado,
mais de 1,5 mil já deveriam ser habitadas se não fossem
os atrasos nos
pagamentos”, explica Marcelino Fraga,
um dos sócios da Harpa.
O proprietário da Jocafe, Joaquim Carlos Ferreira,
O proprietário da Jocafe, Joaquim Carlos Ferreira,
diz que a empresa teve
títulos protestados.
“Estou demitindo todos os funcionários.
Vou ficar
com apenas 18 pessoas das 30 que tenho”,
afirma o empresário, que chegou
a ter quase 200 funcionários.
Ele explica que parte das obras em mãos da empresa
Ele explica que parte das obras em mãos da empresa
teriam sido entregues em agosto do ano passado
se o
governo federal não tivesse demorando a quitar as dívidas.
“O governo me
deve R$ 3 milhões. O que me deixa revoltado é saber que só
R$ 1,9 milhão está faturado. O pior: não existe prazo para os pagamentos”, explica.
R$ 1,9 milhão está faturado. O pior: não existe prazo para os pagamentos”, explica.
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